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Rio de Janeiro, 18 de abril de 2024


Economia

"Engenharia de Materiais move avanço tecnológico"

Andressa Pessanha e Júlia Cople - aplicativo - Do Portal

11/03/2014

 Viviane Vieira

Há 13 anos a procura pelas habilitações em Engenharia não para de crescer. Reúnem mais de 500 mil alunos, com quase a metade das vagas ocupadas por calouros, quatro vezes mais do que no início da década. O curso é o segundo mais concorrido, superado só por Administração. A enorme procura ainda não se reflete, contudo, numa mão de obra suficiente para atender às demandas do crescimento econômico: menos da metade dos estudantes conclui o curso, o que gera déficit de 45 mil formandos contra a necessidade de 70 mil novos profissionais. O segmento de Engenharia de Materiais e Processos Químicos Metalúrgicos não fica atrás: nos últimos cinco anos, o número de matriculas na pós-graduação da PUC-Rio aumentou 33,3%.

O professor Eduardo de Albuquerque Brocchi, que tomou posse, na quinta-feira passada, como diretor do Departamento de Engenharia de Materiais e Processos Químicos Metalúrigicos da PUC-Rio, voltado para pós-graduação, ressalta o aumento na disputa por vagas no segmento:

— O crescimento da área é notório. Durante um bom tempo, a disputa de vagas, com a reclassificação, tinha relação candidato-vaga de 1.3 para um. Hoje, é de quatro para um. O mercado está aquecido e o Brasil precisa crescer. Hoje o país busca se expandir numa maior diversidade de áreas, por isso há demanda por engenheiros e técnicos.

Segundo o ex-diretor do departamento Roberto Ribeiro de Avillez, a Engenharia de Materiais permeia “todo e qualquer desenvolvimento tecnológico”. Assim, observa, tais estudos aplicam-se a áreas “inimagináveis”, como a química, a física, a biologia, a odontologia, a restauração de livros, fora o campo da infraestrutura. Um segmento que Avillez considera “estar ainda na adolescência”, em desenvolvimento, com um “futuro promissor”.

Brocchi sinaliza a “diversidade de opções” para os aspirantes ao mundo da Engenharia. No Rio, por exemplo, boa parte das oportunidades é impulsionada pelo petróleo. Só com o pré-sal, o setor de óleo e gás gerou 25 mil empregos diretos e 70 mil indiretos. O ramo emprega, ainda de acordo com o novo diretor, não só no segmento orgânico da refinaria, mas também nos inorgânicos, que envolvem os próprios materiais usados na usina, como catalisadores.

O professor destaca também o setor da metalurgia, "pela grandeza das empresas e de suas produções", e os segmentos voltados para a química. Uma oportunidade crescente aos futuros engenheiros: segundo a Associação Brasileira de Química (Abiquim), a indústria vai precisar, até 2020, de 200 mil a 300 mil profissionais formados para a área.

 Viviane Vieira Tais segmentos já abrigariam, em princípio, cursos ou braços específicos no campo da Engenharia. A pluralidade de formações aceitas nesses cargos deve-se a “um certo paralelismo” desses cursos:

— Você precisa ser engenheiro. Químico, metalúrgico ou de materiais, porque são semelhantes em certos aspectos, pois estudam a síntese de materiais. Como no Rio há poucos engenheiros no mercado de trabalho, adapta-se de outras áreas parecidas — observa.

A essas vertentes, soma-se a área de sustentabilidade. Os tratamentos de resíduos e fluentes, exemplofica o professor, já estão no contexto do curso.

Para a nova gestão, Brocchi fixou como meta manter o departamento "solidário e fraterno, com funcionários, professores e alunos em auxílio mútuo". Ele pretende expandir o quadro docente, hoje com 16 professores. Objetivos estruturais que se incorporam a projetos ambiciosos:

— Quero trabalhar com a nanotecnologia, com a Engenharia Química, com a avaliação da nossa pós-graduação e com o departamento de cursos de extensão. Só aí temos quatro projetos que darão trabalho.