Jana Sampaio - aplicativo - Do Portal
08/08/2014Com o advento das mídias digitais e a instabilidade do segmento de jornalismo impresso – um caso considerado emblemático pelos analistas foi a migração da revista Newsweek para a internet em 2013 –, as assessorias de imprensa ganham espaço cerscente. Já empregam 40% dos profissionais da área no país, estima a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). O jornalista Ricardo Miranda, diretor do núcleo Mídia e Imagem da FSB Comunicações, uma das maiores empresas do setor na América Latina, confirma a maré ascendente e diz que as organizações do gênero valorizam cada vez mais o profissional multimídia e versátil, capaz de atender demandas além do atendimento básico referente a assessoria de imprensa.
Em palestra dirigida aos alunos de Comunicação, no dia 25 de fevereiro deste ano, Miranda ressaltou a mudança de perfil e de prestígio desse nicho: se antes assessoria de imprensa era considerada fim de carreira, lembrou, hoje o mercado "é amplo e jorra oportunidade". Ele destacou ainda que as empresas da área buscam, além de jornalistas versáteis, outros profissionais para equilibrar as múltiplas funções exigidas hoje pelo conjunto de serviços ofereidos, como publicitários, desiigners e até economistas. Para o jornalista, o modelo de “equipe multidisciplinar” aperfeiçoa o trabalho:
– Hoje, é preciso que um jornalista seja multimídia. Temos 15 áreas diferentes nas quais os profissionais podem trabalhar, desde o atendimento até o núcleo de imagem e mídia – exemplifica o executivo, também professor licenciado do Departamento de Comunicação da PUC-Rio.
Com cerca de 180 clientes, a FSB emprega 600 profissionais de comunicação. Ainda de acordo com Miranda, para ingressar no time dos assessores de imprensa, é preciso manter o “espírito de repórter” tradicionalmente observado nas redações. "A diferença é que as matérias são relatórios e o público-alvo, o cliente", compara. Dirigindo-se aos estudantes, o jornalista lembrou a importância da atualização permanente:
– É preciso uma constante atualização do jornalista, para que ele não perca seu papel, independentemente do veículo em que trabalhar. O curso de Jornalismo é o que melhor forma profissionais para fazer o nosso trabalho, senão poderíamos ser substituídos por historiadores, cientistas políticos.
Miranda avalia, no entanto, que os cursos da área devam ampliar a ênfase às competências relacionadas a assessoria de imprensa, ou, como se diz no mercado internacional, relações públicas. "Disciplinas ligadas a esse ofício não devem ser mais eletivas, e sim obrigatórias", propõe.
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