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Rio de Janeiro, 8 de novembro de 2024


Economia

"Qualificação exige espaço para ousar em experiência múltipla"

Júlia Cople - aplicativo - Do Portal

07/02/2014

 Divulgação / Empresa Júnior PUC-Rio

Usando a interdisciplinaridade como forma de enriquecer a qualificação profissional, a Empresa Júnior PUC-Rio chegou aos 18 anos. Mais de 20 alunos de diferentes cursos de graduação têm a oportunidade de diversificar o currículo e exercitar o empreendedorismo. Um formato próspero: segunda maior do gênero no país, fatura, em média, R$ 460 mil por ano e estima crescer 30% ao ano. Criada em 1995, acumula mais de 700 projetos nos segmentos de assessoria de comunicação, criação, finanças, pesquisa em marketing, planejamento, qualidade, recursos humanos e tecnologia da informação, desenvolvidos para clientes como Domino’sShell e Ipiranga, por exemplo. Em comemoração à maioridade, a Empresa Júnior PUC-Rio reúne, em livro depoimentos de executivos bem-sucedidos egressos da instituição, como o sócio-diretor da 21212 Digital Accelerator, Rafael Duton. 

Nesta entrevista ao Portal, feita no fim do ano passado, o então presidente Marcus Mota explica as vantagens da prática empreendedora na qualificação profissional, como “a maturidade e a responsabilidade adquiridas no contato direto com o cliente”. O sucesso da iniciativa deve-se, segundo ele, “ao espaço constante para a renovação, embora haja uma cultura-guia desde 1995, quando foi criada”. O estudante de marketing, de 21 anos, lembra casos emblemáticos da organização e comenta a dificuldade de conciliar trabalho com afazeres acadêmicos e vida pessoal. Ele considera o livro comemorativo um “guia para os futuros sócios da empresa”.

Portal PUC-Rio: Quais as vantagens do formato da Empresa Júnior para a qualificação profissional?
Marcus Mota: 
O aprendizado prático. A grande diferença é que, em uma empresa de fora, você é responsável por uma parte pequena do trabalho. Na Empresa Júnior PUC-Rio, o aluno participa do atendimento, faz o planejamento, vende e executa o projeto. Ou seja, aprende um negócio. Além disso, não tem ninguém acima de você, não tem chefe. Isso significa maior responsabilidade. Ganha-se maturidade com a prática de mercado, com a relação direta com o cliente. Essa articulação é reconhecida em processos seletivos.

Portal: O que mudou nestes 18 anos?
Mota: 
Tudo mudou. A essência e a cultura continuam as mesmas: ir para o mercado, fazer projetos, fazer o melhor, crescer. Mas há uma rotatividade grande de membros, e a empresa é um reflexo das pessoas que estão lá. Nossa iniciativa tem esta proposta: espaço para ousar. Não é engessada a um sistema.

Portal: Essa constante renovação contribui, na sua opinião, para a Empresa Júnior ter se tornado uma das principais referências do gênero, a segunda em volume do país?
Mota: 
Com certeza. Felizmente, temos essa cultura muito bem firmada desde 1995, quando foi criada a Empresa Júnior PUC-Rio. Essa dinâmica permeia todos estes anos. Mas há outro ponto fundamental: os ex-membros estão muito próximos. Em todas as dúvidas que tive desde que assumi a presidência, em janeiro, recorri a eles e aprendi muito. Se muitas coisas deram certo, foi por causa dessa ligação, desses conselhos.

Portal: Por falar em ex-integrantes, pode citar alguns exemplos de peso?
Mota: 
O CEO do Rock in Rio e ex-CEO da Osklen, Luiz Justo. Um dos fundadores da 21212, Rafael Duton, também é ex-membro da empresa. Isso para citar dois, porque são muitos.

Portal: Ainda nessa ideia de reinvenção constante, quais são os próximos projetos?
Mota: 
Observamos o mercado, os clientes que chegam, vemos as demandas. Há pessoas destinadas justamente a desenvolver novos serviços. Uma movimentação contínua. Sempre buscamos parcerias, inclusive. Queremos também trazer as virtudes da PUC-Rio para dentro da empresa. Por exemplo, a reforma da nossa sala é para deixá-la mais atraente para os alunos, um presente para comunidade.

Portal: Quais as dificuldades deste nicho do empreendedorismo? 
Mota:
 Cumprir prazos. É muita coisa para dar certo, e é preciso trabalhar bastante. O esforço para conciliar trabalho, universidade e vida pessoal é enorme. A faculdade não pode ser esquecida, a relação com PUC-Rio é muito importante. Isso é uma dificuldade. Outra é a maturidade. Assim que a gente entra, com um mês de empresa, entende a importância, o compromisso com o cliente, muda a dinâmica. São os desafios.

Portal: Como surgiu a ideia do livro comemorativo?
Mota: 
Temos uma cultura empresarial muito forte. Por isso, sempre que novos alunos entram, há um trabalho de adaptação. Eles têm que ler livros para aprender a dinâmica de empreendedorismo, e este será mais um para orientá-los. Queremos também comemorar, contar nossa história, o que é a comunidade, como mudou a minha vida. Difícil chamar todos que foram importantes nestes 18 anos, mas procuramos representantes de várias gerações.