Concorrente brasileiro ao Oscar de melhor filme estrangeiro, Última Parada 174, de Bruno Barreto, será exibido nesta quinta-feira, 9 de outubro, às 11h, no auditório do RDC, um mês antes de entrar em circuito comercial. Depois da apresentação, está programado debate com o diretor e os dois protagonistas, Cris Viana e Michel Gomes.

Bem recebido na abertura do Festival do Rio, o longa-metragem retrata as horas de tensão vividas, há oito anos, pelos passageiros reféns do seqüestrador. O drama na esquina do Jardim Botânico, acompanhado pela TV, rendeu repercussão internacional e um documentário: Ônibus 174 (2002), de José Padilha. Estudante do curso de Cinema da PUC-Rio, Luísa Mello destaca a abordagem humanista do diretor:

– Ele [Barreto] não se atém à violência. Busca retratar mais as relações humanas e o caminho de vida percorrido pelo seqüestrador até o dia do incidente. É um filme que emociona.

O centro da trama é a relação do seqüestrador Sandro do Nascimento com a mãe adotiva. A trajetória do jovem se insere num painel de perdas e brutalidades. Do testemunho da Chacina da Candelária ao fim trágico no seqüestro do ônibus 174, quando tinha 22 anos.

Guilherme Rezende, que também estuda Cinema na PUC-Rio, assistiu ao filme na abertura do Festival do Rio. Ele considera inevitável a comparação com o documentário de Padilha:

 –  Gostei muito do documentário. Narra os fatos com uma realidade seca, que eu não percebi no filme de Barreto.