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Rio de Janeiro, 23 de abril de 2024


Cultura

Alunos debatem rumos da fotografia na tela grande

Tatiana Carvalho - Do Portal

06/10/2008

Discussões entre produtores e fotógrafos têm se tornado uma constante nos sets de filmagem. Enquanto uns tentam cortar gastos e condensar o tempo de gravação, os outros zelam pelo acabamento – o que não raramente se traduz em mais dinheiro e mais tempo. A resolução deste impasse revela-se um dos desafios para o futuro da fotografia, que foi discutido por alunos do curso de cinema da PUC-Rio na primeira semana de outubro. Depois da exibição do documentário Cinematografia, de Gabriel Barros, no auditório 102K, eles debateram, com o professor e cineasta Marcelo Taranto e com o próprio Gabriel, os caminhos para se conciliar qualidade, tempo e dinheiro.

– Somos pressionados a fazer nosso trabalho rapidamente, para não perder dinheiro. Nessas concessões, o diretor de fotografia acaba perdendo poder. Deve-se primar pelo filme, pois é o que fica para a eternidade – argumentou Gabriel, que acumula a direção de fotografia.

Os rumos da fotografia, apontou o especialista, vão se entrelaçar com o desenvolvimento da tecnologia digital 3D. Gabriel lembrou, no entanto, que o apuro tecnológico não dispensa a sensibilidade e a afinação entre o fotógrafo e a câmara.

– O futuro da fotografia é a projeção digital 3D. Acredito que a relação do fotógrafo com a câmera nunca irá acabar. Mesmo em animações, há a câmera virtual e o próprio olho do fotógrafo já é uma câmera. Esse é o fundamento do cinema – destacou.

A idéia do filme Cinematografia surgiu em Amsterdã, quando Gabriel assistiu a Cinematographer Style, no Festival International de Documentário (IDFA), no ano passado. O projeto, similar ao dele, explorava as influências e processos de criação de 110 fotógrafos. Gabriel foi mais modesto: entrevistou “apenas 54”, em um processo que levou 19 dias e rendeu mais de 70 horas de material. Dib Lutfi, André Horta, Carlos Egberto e Adriano Goldman são alguns dos entrevistados.

– Durante as entrevistas, aproveitava dicas dos profissionais e já aproveitava na próxima filmagem. Uma delas era filmar na ponta do pé, para que a câmera não trepide – contou Gabriel.

O documentário faz parte da coleção Arquivo Plano B, que servirá de material de apoio para cursos de cinema. O segundo filme, previsto para o início de 2009, aborda o desenvolvimento de roteiros. Edições sobre montagem e trilha sonoras também estão programadas.