O MC Leonardo esteve na PUC-Rio para falar sobre ritmo que desceu os morros cariocas e invadiu a cultura musical - o funk. Leonardo veio defender a idéia que funk “não é violência, nem baixaria”. Para os que procuram um fundo político na música, ele adverte: “O funk não tem obrigação de ser político, mas movimento tem”, defende. Foi a busca de atividade política que levou o MC a fundar a Associação dos Profissionais e Artistas do Funk (Apaf).
Leonardo se difere dos seus contemporâneos por não abordar temas sexuais em suas músicas. "Não sou a favor da mesmice, sou a favor da ética”, diz. Segundo o cantor, sua luta não é para moralizar o funk, mas apresentar ao público outra vertente da música. Além disso, o MC luta, com a Apaf, pelo reconhecimento do ritmo. A intenção do grupo é para acabar com o preconceito contra o funkeiro, assessorar os artistas, na imprensa e juridicamente, e provocar uma discussão mais profunda sobre o funk.
Segundo ele, o funk tem um potencial revolucionário. “É a voz da favela”, argumenta, embora reconheça que o estilo musical se modificou muito nos últimos 10 anos. Nascido e criado na favela da Rocinha, o MC é uma voz contra aqueles que marginalizam o funk. Ele lembra, que outros ritmos, como o samba, foi perseguido no passado e hoje é conhecido como símbolo nacional. Para Leonardo, mais do que ser um estilo de música, o movimento funk tem um papel social. “O funk é a maior expressão da juventude pobre carioca”, observa.
MC Leonardo se tornou um símbolo do “funk de protesto”. Ele e seu irmão, o MC Junior, compuseram o funk usado como trilha de Tropa de Elite. Após o filme, Leonardo compôs um funk para denunciar a ação do Bope nas favelas.