Seis em cada dez universidades do país adotam "ações afirmativas" e 42% optaram pelo sistema de cotas – a maior parte direcionada para alunos de escola pública – revela pesquisa do Núcleo Interdisciplinar de Reflexão e Memória Afrodescendente (Nirema) da PUC-Rio. Os pesquisadores apresentaram, na semana passada, conclusões do estudo sobre políticas (públicas ou privadas) voltadas a assegurar igualdade de tratamento e oportunidade.
– Queríamos saber se as ações polarizam as universidades, o que os alunos acham delas, se consideram um fenômeno relevante – conta Elielma Machado, coordenadora da pesquisa.
O estudo aponta que 65,9% dos universitários brasileiros ignoram as ações afirmativas nas universidade. Dos que conhecem, 62,1% se declaram a favor. Ângela Randolpho, coordenadora geral do projeto, também as considera importante. Mas ressalva:
– Sou a favor, mas como medida temporária. Devemos encontrar medidas que integrem mais a sociedade e dispensem paliativos – argumenta.
A política de ações afirmativas está mais presente no Centro-Oeste. Das oito universidades da região, seis adotam iniciativas do gênero.
Patrocinada pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), a pesquisa levou dois anos. A equipe visitou 10 universidades públicas, entrevistou 24 gestores e coletou dados de aproximadamente três mil estudantes. Depois da pesquisa quantitativa, que será divulgada em forma de livro no fim do ano, o Nirema programa uma pesquisa qualitativa.
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