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Rio de Janeiro, 19 de abril de 2024


Cidade

Convite para deixar o carro na garagem e pedalar

Artur Romeu - Do Portal

19/09/2008

 Artur Romeu

Impulsionado pela produção recorde de 50 milhões de carros por ano, o volume mundial de veículos chegou a um bilhão de unidades em 2008, segundo a Organização Mundial da Indústria Automobilística. O Rio pega carona nas discussões sobre o crescimento descontrolado da frota de automóveis e participa, ao lado de três mil cidades do mundo, da campanha “Dia mundial sem carro” (22 de setembro). Com o objetivo alertar para a necessidade de se investir no transporte público e alternativo, a  iniciativa reúne programas como passeios de bicicleta e mostra de documentários sobre trânsito.

 

Na entrada da PUC-Rio, dezenas de bicicletas estacionadas ilustram o grande número de estudantes, professores e funcionários que a usam regularmente. Quando pedala para a universidade, o estudante de Comunicação Daniel Venosa torna-se inseparável do veículo. Dobrada, a bicicleta vira uma mala de metal que o jovem carrega pelos Pilotis.

 

– É uma bicicleta dobrável. Em algumas situações pode ser muito prática. Quando não tenho espaço para deixá-la parada, levo comigo – explica Daniel.       

 

O uso intensivo da bicicleta pelo carioca exige, no entanto, avanços em infra-estrutura, observa o professor de planejamento urbano Álvaro Henrique. Segundo ele, é preciso ampliar ciclovias e investir na educação de ciclistas e motoristas:

 

– Uma solução interessante para incentivar o uso deste transporte é integrá-lo a entroncamentos viários. Assim se estimularia as baldeações, em metrôs e pontos de ônibus. Há sistemas assim em vários países da Europa.   

 

O Dia mundial sem carro surgiu na Europa, em 22 de setembro de 2001. Com número crescente de cidades participantes, a campanha convida o motorista a deixar o carro na garagem e optar pelo transporte coletivo ou "sustentável", como a bicicleta, naquele dia do ano.

 

A ONG Transporte Ativo e Pontão Ambiental do Circo Voador, em parceria com o Metrô do Rio e a Prefeitura, promove, entre 19 e 22 deste mês, atividades voltadas para o melhor aproveitamento do espaço urbano. No domingo, por exemplo, as biciletas vão ganhar a Presidente Vargas. Confira, abaixo, a programação. 

 

Programação

 

Sexta-feira: O espaço destinado a vagas para carros na Rua Senador Dantas, em frente à Travessa dos Poetas de Calçada, no Centro, é ocupado por bancos, revistas, violão e até um tapete de grama artificial. Conhecida como Vaga Viva, a iniciativa transforma as vagas num espaço de convivência.

 

Sábado e domingo: A Avenida Presidente Vargas, no Centro, recebe a Copa Light de Ciclismo. Às 15h, os participantes disputam a prova contra relógio. No domingo, às 9h30, será a vez da categoria estrada. A largada e a chegada serão próximas à Avenida Rio Branco.    

 

Segunda-feira: Ciclistas se concentram, a partir das 13 horas, em frente à Igreja da Candelária. Eles seguirão pela Avenida Rio Branco até o Circo Voador, onde serão exibidos documentários sobre trânsito (16h).    

 

 

Rio terá 5,4 milhões de

carros em cinco anos

 

O colapso viário já aponta na reta. Especialistas alertam: sem o aperfeiçoamento da infra-estrutura e dos sistemas de transporte, metrópoles como Rio de Janeiro e São Paulo sofrerão com "megacongestionamentos diários" até 2013.

 

Em São Paulo, 6 milhões circulam pelas ruas, o equivalente a um para dois moradores. No Rio, caminha-se aceleradamente para o mesmo volume. Nos últimos dez anos, o avanço médio de 20% da frota corresponde ao dobro da taxa de crescimento da população carioca. Até o fim do ano, haverá 2,5 milhões de carros na cidade, estima o Detran. Neste ritmo, o Rio vai abrigar, em cinco anos, 5,4 milhões de veículos.   

 

A rotina de engarramentos ataca a paciência e o bolso. Levantamento da revista inglesa Traffic Technology International, uma das principais publicações sobre transportes, estima em US$ 80 bilhões o prejuízo mundial, a cada ano, causado pela queda de produtividade decorrente das horas gastas no trajeto entre casa e trabalho.

 

O meio ambiente também é ameaçado. Segundo relatório de qualidade do ar no estado de São Paulo, publicado no ano passado pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), os veículos são responsáveis por 97% das emissões de monóxido de carbono, 97% de hidrocarbonetos, 96% de óxidos de nitrogênio, 40% de material particulado e 35% de dióxido de enxofre. Não há relatório semelhante para o Rio de Janeiro.

 

 

 

 

 

 

 

 

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