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Rio de Janeiro, 27 de julho de 2024


Cultura

Grandjean, arquiteto do país imperial

Paula Giolito - Do Portal

11/09/2008

 Paula Giolito

Acontece até o dia 19 de setembro, no Solar Grandjean de Montigny, a exposição “Os festejos reais: arquiteturas efêmeras de D. João VI a D. Pedro II”. A mostra tem como objetivo apresentar ao público a arquitetura efêmera, um importante tipo de construção predominante no Rio de Janeiro colonial do século XIX. Os painéis dispostos pelos salões da casa buscam mostrar a transição das características barrocas-coloniais existentes na cidade para uma representação neoclassicista que caracteriza o período imperial.

A criação de cenários provisórios surgiu no Brasil com os eventos festivos no século XVIII e tornou-se mais significativa na primeira metade do século XIX, na ocasião da transferência da Corte Real Portuguesa ao país. A impossibilidade de transformar de forma repentina o Rio de Janeiro em uma capital com características similares às civilizadas Paris e Lisboa, tornou a tradição das arquiteturas de festa uma antecipação ao sonho de criar uma cidade com peculiaridades européias nos trópicos.

Feitas com madeiras pintadas e adornos, em estrutura semelhante aos palanques, as construções de obeliscos, arcos do triunfo e teatros com pomposos arcos romanos tornavam as festas uma oportunidade de encenação e, apesar de passageiras, transmitiam a ilusão da chegada de uma nova realidade ao país.

O arquiteto Grandjean de Montigny foi um dos principais responsáveis por tais projetos. O artista veio ao Brasil em 1816 com o pintor Jean Baptiste Debret e o escultor Auguste Taunay, compondo a Missão Artística Francesa que tinha a intenção de apresentar uma cultura até então distante, similar àquela da Paris de Napoleão. Grandjean foi responsável pela construção de importantes prédios como a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios e a Casa França Brasil. O Solar, local onde residiu, localizado no campus da PUC-Rio, é considerado um marco da adaptação da arquitetura neoclássica ao clima tropical.

 “Grandjean de Montigny teve enorme importância na construção das arquiteturas para os festejos, e essa mostra feita aqui onde ele morou busca exaltar a sua importância em tal período”, diz Piedade Grinberg, professora de História da Arte, diretora do Solar e curadora da exposição. A exibição é integrante da XII Mostra PUC e faz parte das comemorações dos 200 anos da chegada da Corte Real Portuguesa ao Brasil. O horário de visitação é de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h30m, e a entrada é gratuita.