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Rio de Janeiro, 19 de abril de 2024


País

PUC-Rio acolhe debate sobre diploma de jornalismo

Artur Romeu - Do Portal

28/08/2008

Na pauta do Supremo Tribunal Federal, a exigência do diploma para o exercício do jornalismo volta ser objeto de discussão. A fim de esclarecer as principais questões sobre o assunto, a PUC-Rio promoveu, na quarta-feira, 27 de agosto, um debate com a participação da professora Carmen Pereira, do Fórum dos Professores de Jornalismo, e com a jornalista Suzana Blass, presidente do Sindicato no Rio.

– A formação de ensino superior é essencial para a profissão. As conseqüências do fim do diploma são a banalização do jornalista, o rebaixamento dos salários e, principalmente, uma queda da qualidade da informação publicada – argumentou Carmen.

A lei que determina a obrigatoriedade da formação acadêmica específica do jornalista foi criada em 1969, durante a ditadura. Para alguns, revelou-se uma tática dos militares em busca do controle dos meios de comunicação. "Este argumento não é valido. A luta pela regulamentação do jornalista já vinha de longa data", observou Suzana. Ela acrescentou:

– A lei de 1969 não é ideal, mas foi o que conseguimos em função das relações de forças daquele momento.

Para a presidente do Sindicato, votar a validade desta lei representa "um retrocesso". Suzana observou, que, em vez da obrigatoriedade do diploma, deveria ser discutida a qualidade do ensino de jornalimso e do conteúdo publicado.

Integrande da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação (ENECOS), Thyago Santos destacou a importância de um debate amplo, com a particição de estudantes, acadêmicos, profissionais e empresários. Ele acredita que o fim da regulamentação poderia "democratizar os acessos à informação". Em alguns países – como Estados Unidos, França e Espanha – não há necessidade do diploma. No entanto, os profissionais da área se formam em cursos específicos.

– Nesses lugares, o código de ética e os mecanismos de cobranças são mais desenvolvidos. A sociedade é mais politizada e o filtro dos bons profissionais é feito naturalmente. No Brasil, como a democracia ainda carece de avanços, a desregulamentação do jornalista abriria brechas para distorções na oferta de informações alinhadas com o interesse social – avaliou Suzana.