Ele era apenas mais um dos engenheiros do Google, quando, em 2003, Orkut Buyukkokten, criou um dos maiores fenômenos da Internet, o site de relacionamentos que leva seu nome e conecta centenas de milhares de pessoas no mundo. Desde sempre interessado em relacionamentos, já havia trabalhado ou em outros dois sites em Stanford quando, aos 28 anos, criou a grande comunidade na qual as pessoas podem encontrar seus amigos e amigos de amigos. Todo funcionário do Google tem o direito a 10% de tempo livre remunerado para trabalhar em projetos que possam ser do interesse da empresa.

Orkut usou a sua cota na criação do site que tem, hoje, 43 milhões de usuários, sendo 56% deles brasileiros. Há mais comunidades em português do que em inglês. Segundo seu criador, o sucesso do Orkut é uma combinação de fatores. Primeiro, a Internet é uma tendência cultural no Brasil, fãs das ferramentas de interação social. Além disso, a interface do Orkut é fácil de usar, mesmo quando ele era apenas em inglês. O português foi a primeira língua para o qual o Orkut foi traduzido. As comunidades também influenciam nos números recordes do site, pois amigos passam a fazer parte de comunidades, aceitando convites e estimulados por outros.

O site também vem sendo usado na contratação de funcionários. As empresas consultam a página dos candidatos e vêem seus perfis e as comunidades a que pertencem. Para o criador da rede social, essa não é a melhor maneira de avaliar a capacidade de um candidato. “Não é aconselhável conhecer uma pessoa melhor através do Orkut. As empresas não estarão sendo objetivas contratando empregados pelo que escrevem sobre eles, mas sim pelo que são, pelo talento, e não pelo que fazem na vida privada”, disse Orkut. Como a rede social também é usada para começo e fim de relacionamentos amorosos, é possível perceber diferentes tipos de comportamentos.

Há falsos perfis e conteúdos inadequados, que, segundo Orkut, vêm sendo controlados por engenheiros do Google. “As pessoas estão num ciberespaço. Com isso, elas têm os mais diversos comportamentos. Há pessoas boas e más. Elas interagem das formas mais singulares. Tem gente que só procura por sexo. Mas nossos engenheiros já estão trabalhando em ferramentas para a prevenção de falsos perfis e de comunidades com conteúdos irregulares”, disse Orkut.

Em visita ao Brasil, o engenheiro nascido na Turquia também se reuniu com grupos de trabalho para discutir sobre as experiências com o site e suas possíveis modificações e melhorias. Esteve na PUC-Rio e em outras universidades para fazer palestras sobre networking social e o Orkut e sobre a cultura criativa do Google. A indicação que os alunos receberam nas palestras para cadastrar seus currículos mostra que o Google está de olho em talentos brasileiros.

Veja aqui o álbum de fotos da visita do Orkut ao Rio.