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Rio de Janeiro, 27 de julho de 2024


Cultura

Direito de rir

Nathalia Fernandes - Do Portal

28/08/2008

Intérprete do eterno Sargento Pincel, de “Os Trapalhões”, o ator Roberto Guilherme diz ter medo de que as pessoas, ao assistirem “Advocacia segundo os irmãos Marx”, travem as mandíbulas de tanto rir. A solução? “Tragam um médico de plantão!”. O ator da peça que está em cartaz no Teatro das Artes, no Shopping da Gávea, fala com a modéstia de quem já se apresentou para mais de 15 mil pessoas.

O elenco é composto por diferentes gerações da comédia brasileira. Além do veterano Roberto Guilherme, as atrizes Heloísa Périssé, Nedira Campos, e os integrantes da peça Z.É. – Zenas Emprovisadas (Fernando Caruso, Marcelo Adnet, Gregório Duvivier e Rafael Queiroga) formam o rol de atores do espetáculo. A direção é assinada por Fabiana Valor e pelo professor da PUC-Rio, Bernardo Jablonski, que escreveu o texto baseado na obra dos Irmãos Marx, comediantes norte-americanos que fizeram sucesso nas décadas de 20 e 30. A comédia conta a história da advogada Yasmin Robalo, interpretada por Heloísa, e seus preguiçosos e incompetentes assistentes. Juntos, eles usam artifícios desonestos para ganhar dinheiro e se dar bem. Ao longo de seis esquetes, os atores se revezam em diferentes papéis.

O nome de Roberto Guilherme foi sugerido por Fernando Caruso. “O Guilherme é um ícone da nossa infância. Muitas piadas na peça só funcionam por causa da reação dele. Ele é um monumento da comédia”, diz o jovem ator. O convite o pegou de surpresa, e ele chegou a pensar em não aceitar. “Quando o Bernardo me chamou eu decidi ir porque ele me parecia muito animado com o projeto. Ao ler o texto e ver a felicidade de todos com a minha presença, eu fiquei muito emocionado e decidi abraçar isso. Hoje estou apaixonado e satisfeito por ter aceitado”.

A peça foi montada pela primeira vez em 1992, no Teatro Tablado. Do elenco original só restou Heloísa, que interpreta a mesma personagem. O diretor acredita que a maturidade foi muito positiva para a atriz. “Ela está mais inteligente e segura. Amadurecer tem que ter uma vantagem”, brinca. Além de atuar e dirigir, Jablonski também divide o tempo entre os palcos e as salas de aula do curso de Psicologia da PUC. “Realmente dá trabalho, mas a gente vai levando. Em certos momentos você se dedica mais ao teatro e em outros você destina suas forças à carreira acadêmica”, explica.

O sucesso agrada o elenco. Para Gregório Duvivier, o público tem recebido bem o espetáculo. “Eles são muito calorosos e riem até das piadas ruins”, brinca. Dos quatro atores de Z.É., três deles são ex-alunos da PUC. Fernando Caruso e Marcelo Adnet são formados em Comunicação Social, e Gregório acaba de terminar o curso de Letras. Para Adnet, o ambiente da universidade foi importante na construção da sua carreira. “É a faculdade que te abre o horizonte e te dá liberdade”.

Com a presença de um médico ou não, Guilherme acredita que o público de “Advocacia” pode desfrutar de um ótimo tratamento: “terapia de rir”.

“Advocacia Segundo os Irmãos Marx”, quartas e quintas, 21h.
Teatro das Artes, Shopping da Gávea.