Em meio ao processo de regularização da Lei das Domésticas e de adaptação às novas regras, o cinema põe mais combustível na temporada de discussões. As rotinas de sete empregadas filmadas por filhos adolescentes de seus patrões formam um emblema das relações trabalhistas e, sobretudo, afetivas inerentes a essa face da nossa realidade. O resultado será exibido oportunamente na próxima quarta-feira, Dia do Trabalho, às 21h, no Odeon Petrobras, no Centro.

O longa de 75 minutos é um "filme de trabalho e afeto", sintetiza o diretor Gabriel Mascaro, que participará da sessão especial. Mais que rotinas, os registros feitos pelos jovens ao longo de uma semana, e editados por Mascaro, expõem relações de poder, traços culturais, intimidades familiares, heranças históricas e valores nem sempre exemplares nos quais se forja o complexo tecido social. 

Ao coincidir com a temporada de ajustes e debates em torno das novas regras, o documentário pode ser visto como um retrato útil para se enxergar e discutir melhor a dinâmica patrão-empregado doméstico além dos avanços legais. Uma dinâmica mergulhada, por exemplo, na constituição das famílias brasileiras, como pretende mostrar o filme.        

Organizada pelo Cachaça Cinema Clube, a pré-estreia de Domésticas será seguida de uma festa no Espaço Multifoco, na Lapa. Terá o retorno do Dj H e... cachaça.