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Rio de Janeiro, 24 de abril de 2024


Campus

Para o samba não morrer

Joana Medina - Do Portal

24/07/2008

 Thiago Carvalho

“Não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar”. Atendendo ao pedido da composição, a cantora Nilze Carvalho organizou na PUC-Rio o projeto "Samba na Universidade". Com a intenção de promover o encontro da velha guarda com a nova geração do samba, durante três segundas-feiras de maio o Anfiteatro Professor Junito Brandão foi o palco de grandes vozes.

Na estréia, Nilze e Monarco fizeram o público de 150 pessoas cantar e dançar ao som de clássicos de Chico Buarque, Paulinho da Viola, Candeia e Ivone Lara. Para o sambista Monarco, participar desses encontros significa muito mais do que uma simples apresentação, é  derrubada das fronteiras pelo batuque. “O samba não saia do morro e hoje freqüenta a universidade. Fico feliz com integração promovida pela música, entre a velha guarda e a juventude. Quem não gosta de samba bom sujeito não é”, diz ele.

No segundo dia foi a vez de Ana Costa e Nelson Sargento empolgar a platéia com canções de Dorival Caymmi, Ary Barroso e Cartola e outros grandes nomes da música brasileira. O público, inicialmente tímido, não segurou a euforia e formou-se a roda de samba quando Nelson Sargento subiu ao palco para fazer o dueto com Ana Costa. Prova de que o ritmo que veio dos morros derruba fronteiras. Alunos, professores e funcionários renderam-se aos encantos dos bambas.

“Antes de me despedir. Deixo ao sambista mais novo o meu pedido final. Não deixe o samba morrer”. O trecho do samba descreve bem a opinião de Nelson Sargento sobre o encontro de gerações ali representado. “São vocês que vão passar o samba adiante - disse ele aos jovens - É importante que todos saibam quem foi Cartola e Noel Rosa, por exemplo.”, diz ele.

Para fechar com chave de ouro, a terceira e última segunda-feira contou com a presença do grupo Sururu na Roda e do veterano Nei Lopes. A juventude do samba aliada aos grandes nomes da velha guarda garantiram ao público composições recém-saídas do forno lado, a lado com sucessos populares do passado. O evento mais uma vez foi um sucesso.

Apesar da ótima aceitação, Nilze ressalvou que falta muito para o samba ganhar mais destaque na imprensa “O espaço do samba na mídia ainda é restrito. O sambista precisa fazer trabalho de formiguinha”, diz.  “Samba na Universidade” chegou ao fim, mas deixou momentos incríveis, com o  público lotando o anfiteatro e cantando em coro “Aquarela brasileira” e “Samba da minha terra”.