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Rio de Janeiro, 25 de abril de 2024


Cultura

"Temos que acreditar que somos uma nação"

Fernanda Ralile - Do Portal

26/10/2007

Estética – encontro entre TV e cinema nas minisséries da TV Globo *

Quem veio?

Luiz Gleiser, diretor de Núcleo da Rede Globo.

Por que veio?

Palestrar no seminário “Estética – encontro entre TV e cinema nas minisséries da TV Globo”. Falou sobre como surgiu a televisão no Brasil e de sua importância no território nacional. Com base nas minisséries O auto da compadecida e O Primo Basílio, falou também da criação da TV Globo e de como ela se apoiou basicamente na História e na literatura brasileira para a invenção de uma narrativa audiovisual.

Onde e quando foi?

Na PUC, 6 de março de 2007.

Melhores momentos

“Pediram para eu participar desse curso e para mim foi uma grande honra, porque só tem fera. Vocês têm uma sorte que você não fazem idéia, porque eu não conheço ninguém que tenha tido a oportunidade de conversar com gente como o Luiz Fernando Carvalho, a Maria Adelaide, o Geraldinho, Daniel, Guel... isso é muito legal.”

“A TV é o principal interlocutor do Brasil com o Brasil. Hoje em dia, hámais de 45 milhões de domicílios com televisão no Brasil, ela cobre 99,99% do território nacional. Pouquinho, né? Atinge 95% da população, e o dado que eu acho mais impressionante: o consumo médio de TV é de 5h4min23s por telespectador, por dia. É um bocado...”

“A Globo vive no Brasil, do Brasil e para o Brasil. A gente crê que é uma nação. Porque se não, quem vai acreditar? O Bush? Não. O Chavez? Não. Nós temos que acreditar que somos uma nação. E essa nação se expressa e fala consigo mesma, hoje, através da TV aberta.”

“Em 1965 foi inaugurada a TV Globo, canal 4, com o primeiro estúdio feito para ser uma estação de televisão no Brasil. Algumas outras se viravam usando, por exemplo, cassinos adaptados.”

“O que eu quero mostrar é que ao longo desses 20 e poucos anos, a produção de minisséries foi sendo mais apurada e foi se focando efetivamente no Brasil, seja na nossa tradição literária, seja na nossa própria História.”

“O que a gente faz é encontrar um Brasil para os brasileiros, e usa o audiovisual como integrador nacional. ‘Ah, isso é conversa, é lorota da TV Globo!’ Não é, não! Nós temos o privilégio de estar na ponta de um processo de contar o Brasil para o nosso povo, há um bom tempo já. A gente tem que olhar para a função da televisão como o grande produtoraudiovisual brasileiro e o grande integrador do país. Outros tentam, correm atrás, é bacana, a concorrência é melhor para todos nós profissionais, parte da vida.”

“Na minha geração era muito clara uma visão política do que a televisão significava, do jeito que ela poderia vir a representar o Brasil como construção de uma nação – e isso diante do regime militar, quando o Brasil pulsava realmente para a construção de uma identidade muito forte.”

“O que eu quis mostrar? É que ao longo desses 20 e poucos anos foi-se apurando esse tipo de produção enfocada efetivamente no Brasil, seja na nossa tradição literária seja na nossa própria história. Como a novela flutua em outro ambiente, com mais entretenimento, a minissérie pode correr mais riscos e esses riscos são premiados quando a gente faz foco na nossa história e na nossa literatura. Esse era o ponto básico”.


* Acompanhe a seqüência do seminário “Estética – encontro entre TV e cinema nas minisséries da TV Globo”:

1 – Luís Erlanger.
2 – Luiz Fernando Carvalho.
3 – Luiz Gleiser.
4 – Geraldo Carneiro.
5 – Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira.
6 – Antônio Calmon.
7 – Daniel Filho.
8 – Guel Arraes.
9 – José Lavigne.
10 – Walcyr Carrasco.
11 – Sílvio de Abreu.
12 – Sérgio Marques.
13 – Glória Perez.
14 – Edson Pimentel.
15 – Maristela Veloso e Alexandre Ishikawa.
16 – Eduardo Figueira e Maurício Farias.
17 – José Tadeu e Celso Araújo.
18 – José Cláudio Ferreira e Keller da Veiga.
19 – Ariano Suassuna.
20 – Luiz Fernando Carvalho (e equipe).
21 – Betty Filipecki e Emília Duncan.
22 – Denise Garrido e Vavá Torres.
23 – Cláudio Sampaio e Alexandre Romano.
24 – Edna Palatinik e Cecília Castro.
25 – Roberto Barreira e Marcinho.
26 – Cadu Rodrigues.