Após dez meses de provas e seleções, o aluno da PUC-Rio Paulo Orenstein foi um dos quatro vencedores do prêmio “Jovens Inspiradores 2012”, promovido pela Veja.com e pela Fundação Estudar. O concurso, que envolveu 8.190 universitários e recém-formados de todo o país, reuniu ideias de jovens empreendedores. Paulo, de 23 anos, criou o NOS (Núcleo de Organizações Sociais), projeto de uma rede social que torna mais efetiva a comunicação entre ONGs e cidadãos.
Formado em economia e aluno de mestrado em matemática aplicada, Paulo pouco aplicou seus conhecimentos matemáticos e econômicos no projeto. Na primeira etapa da disputa, fez uma análise do terceiro setor e dos problemas enfrentados pelo Brasil, e apresentou suas ideias para transformar o país em um vídeo. A aposta do aluno foi na criação de uma rede social.
– Uma rede social é uma ideia muito melhor e maior do que simplesmente juntar pessoas e ONGs. Os ganhos de escala são gigantescos. É factível e, aparentemente, tem demanda.
Um dos problemas identificados pelo estudante é a falta de transparência das organizações, criando desconfiança por parte dos cidadãos. Paulo propõe a mensuração de dados na rede, com esclarecimentos sobre contratações e gastos. Ele ressalta a necessidade de se criarem bancos de dados para catalogar e acompanhar as ONGs, e de ensinar seus integrantes a usar sites, computadores e a fazer balanços de custos.
– As grandes ONGs dominaram os espaços dos meios de comunicação. Quero mostrar projetos de áreas que precisam de recursos e voluntários, e levar aos cidadãos o acesso à informação. O terceiro setor é muito dinâmico, mas grande parte da população não sabe o que acontece, e ele não prospera. Espero também aumentar o número de doações destinadas às organizações, principalmente as menores. O que marca o sucesso dos projetos sociais é a execução bem feita, e não a parte teórica; são os detalhes de implementação que importam.
A ideia do projeto surgiu de conversas com a mãe, que trabalha no terceiro setor, e com a irmã, da área de educação. Paulo, que morou na Inglaterra por um ano, pôde analisar os problemas brasileiros sob outra perspectiva.
– A ideia do projeto foi mais teórica do que prática, pois nunca tive um relacionamento de longo prazo com nenhuma ONG, uma deficiência da minha parte. Existem características marcantes no Brasil, e sempre foi uma questão recorrente para mim quanto ao motivo delas serem assim, o que me levou a tomar uma ação.
Como o próprio estudante reconhece, sua ideia não é original. A página possibilita o compartilhamento de fotos, vídeos e eventos, nada muito diferente do oferecido hoje pelo Facebook. Além disso, redes sociais deste tipo, como o E-Solidário, a V2V e o Atados, já existem na internet. Mas Paulo acredita que ainda não ganharam o impulso necessário.
Entre os prêmios estão um passaporte de entrada para a Fundação Estudar; um ano de orientação profissional (mentoring) e uma bolsa de intercâmbio de curta duração para uma universidade americana. Mas a realização do projeto é por conta do seu autor.
Mesmo ainda sem patrocínio, Paulo está animado para desenvolver seu projeto:
– A ideia tem muito a contribuir, e há muitas pessoas e ONGs interessadas em fazer parte e ajudar. Não tem por que não sair do papel.
Mas, pela falta de experiência no terceiro setor, quer se filiar a outro projeto afim - numa “confluência de ideias”. Um dos parceiros em potencial é a rede Atados.
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