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Rio de Janeiro, 19 de abril de 2024


Educação

Luz, câmera, intercâmbio! Há bolsas para estudar nos EUA

Tiago Coelho - Do Portal

12/11/2012

Tiago Coelho

Para quem gostaria de fazer um curso de cinema nos Estados Unidos e absorver as experiências do país, cuja sétima arte está no DNA cultural, esta é a chance. A EducationUSA e a Comissão Fulbright oferecem bolsas de estudos para estudantes, professores e pesquisadores interessados em fazer cursos cinematográficos em vários estados e instituições de ensino americanas. As bolsas podem ser para graduação, pós-graduação, mestrado e cursos livres, em períodos e curta e longa duração.

Para compartilhar experiências com alunos da PUC-Rio, ex-intercambistas estiveram na semana passada na sala 102K para contar o que vivenciaram enquanto estudaram nos Estados Unidos. Eles confirmaram a importância do conhecimento dos americanos para o aprimoramento do ofício cinematográfico.

Felipe Barbosa foi fazer mestrado na Universidade de Columbia, em Nova York, e com a bagagem que acumulou conseguiu formar uma rede de contatos de trabalho e hoje faz projetos no Brasil e no exterior.

– A gente faz uma rede de contatos global. Na minha turma tinha pessoas de 15 países diferentes. São pessoas com quem tenho contatos e envio trabalhos.

Barbosa já ganhou diversos prêmios internacionais com os curtas-metragens que realizou. Em 2007, a revista Filmmaker Magazine o apontou como uma das 25 promessas do cinema independente. Da experiência no país do cinema, ele trouxe o espírito empreendedor, em que a vontade de fazer fala mais alto do que as limitações de produção.

– Aprendi nos Estados Unidos a não ficar esperando e reclamando, e sim tentar realizar os projetos por conta própria, convocando pessoas e fazendo eu mesmo. Estou tocando um longa-metragem mesmo sem grandes investimentos.

Tiago Rodri Formado pela UFF, Felipe Bragança foi convidado a estudar no exterior depois que seus filmes foram vistos por professores americanos. O talento para realizar filmes o levou para a CalArts (California Institute of the Arts) e impressionou-se com a estrutura de ensino nos Estados Unidos.

– Aqui no Brasil, aprende-se um pouco de tudo. Nos Estados Unidos, a especialização é muito forte. Tudo é muito setorizado: a produção, o roteiro, a direção, a trilha sonora e a edição. Cada área é muito bem definida, e juntas se complementam. As escolas para atores, direção e animação são muito fortes lá.

Os cursos oferecidos não são uma boa opção apenas para estudantes de cinema. Rafael Lessa cursou jornalismo na PUC e, depois de uma aguardada aula da disciplina eletiva lecionada pelo documentarista João Moreira Salles, confirmou a vontade de estudar cinema nos Estados Unidos. Ex-aluno da Columbia, Lessa conta que lá aprendeu a fazer de tudo:

– Voltei sem muita frescura. Lá aprendi a fazer som, operar câmera e até a tirar lixo de estúdio.

Cineasta e professor do curso de cinema da PUC, José Mariani também dividiu as vantagens de se aprimorar como profissional por meio do intercâmbio. Em 1979, Mariani partiu para a Universidade da California (UCLA), que avalia ter sido fundamental para sua formação. Para ele, faltam no Brasil mais cursos de mestrado em cinema.

– No Brasil, faz-se um híbrido entre teoria e prática, não há mestrado, por isso sobra imaturidade. O Brasil também não oferece muitas opções de pós-graduação.

Por videoconferência, Deborah LaVine, da CalArts, incentivou os alunos que assistiam à palestra na 102K a se candidatem às bolsas. A professora considera enriquecedor o intercâmbio cultural entre os alunos. Segundo ela, as histórias cinematográficas contadas pelos alunos ganham com a troca.

– Recebemos 36 estudantes por ciclo. Vem gente da França e da China. A interação entre diferentes histórias e culturas amplia o conhecimento na hora de criar narrativas, pois há várias cabeças diferentes pensando.

Maureen Ryan, da Universidade de Columbia, também ressalta a importância da troca multicultural com alunos que chegam a Nova York vindos de países como o Egito para estudar cinema. Ela falou dos cursos que a universidade oferece e comemorou a notícia de que a Universidade de Columbia vai abrir um centro de pesquisas no Rio, estreitando os laços da instituição com o Brasil.

– A Columbia oferece cursos de direção, roteiro e produção. A universidade tem a tradição de receber pessoas de diferentes lugares do mundo. A Columbia está abrindo um campus no Rio, e isto vai favorecer a troca entre países.

José Mariani vê com otimismo o desenvolvimento de profissionais brasileiros aprendendo cinema nas escolas. Para ele, a tradição do Brasil de formar mão-de-obra na prática está acabando, e isso é positivo:

– O cinema brasileiro tinha uma tradição de formar as pessoas em campo, na prática do trabalho. Agora há uma geração se formando em escolas. Isso é bom, pois amplia a visão do profissional.

Os alunos, professores e profissionais do Rio de Janeiro interessados nas bolsas devem procurar os contatos abaixo. Para quem estuda ou trabalha na PUC, não há desculpas: as sedes da Comissão Fulbright e do EducationUSA estão localizadas no campus da universidade:

Comissão Fulbright

Rua Marquês de são Vicente, 225 PUC/RJ
Ed. Padre Leonel Franca, salas 54-56
Gávea – 22451-041 – Rio de Janeiro
fulbrightrio@fulbright.org.br
Tel.: (21) 2511-7291

EducationUSA
fulbright-riodejaneiro@educationusa.info
Tel.: (21) 2511-7291

Dicas sobre escolas de cinema nos Estados Unidos

Alunos com experiência em intercâmbio em cursos de cinema no exterior dão dicas sobre o que encontrar em boas escolas com cursos de cinema nos Estados Unidos. Confira abaixo algumas delas:

Columbia
“É muito boa para ficção. O forte é a direção, o roteiro e a produção” – avalia Felipe Barbosa.

CalArts
“A CalArts, para quem gosta de cinema mais experimental, é o lugar ideal” – diz Felipe Barbosa.

“O setor de animação da CalArts é muito forte, não é à toa que foi fundada pelos estúdios Walt Disney. Lá há uma grande troca entre os cursos, por isso tem uma pegada mais experimental. Há tanto a predominância da narrativa clássica como da experimental. Os setores de artes cênicas e trilha sonora também são muito bons” – opina Felipe Bragança.

UCLA
“Os documentários e os filmes de ficção são de alto nível” – elogia Felipe Barbosa.