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Rio de Janeiro, 26 de abril de 2024


Cultura

Festivais de curtas no Odeon reafirmam força do gênero

Renan Rodrigues - Do Portal

01/11/2012

 Arte: Carlos Serra

Impulsionado pela internet, pelas novas tecnologias digitais e pela participação crescente em vitrines como os Festivais do Rio e de São Paulo, em setembro e outubro, o curta-metragem avança alguns degraus acima da etiqueta de porta de entrada para o mercado cinematográfico. Dos 50 filmes da Premiere Brasil 2012, a mostra competitiva do Festival de cinema do Rio, 29 eram curtas – volume que, segundo o cineasta e professor da PUC-Rio Marcelo Taranto, traduz a consolidação do gênero no país. Alguns deles ganharão novamente a tela grande, no cine Odeon, Centro, em duas iniciativas seguidas dedicadas exclusivamente a este tipo de produção: o Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro, de 1 a 8 de novembro, primeiro a indicar filmes ao Oscar, reunirá cerca de 300 filmes nacionais e estrangeiros (veja a programação completa), além de debates e workshops (aqui); e a Mostra PUC-Rio Kinoplex, de 9 a 11 de novembro, exibirá 66 curtas feitos por estudantes do curso de Cinema da universidade, como Agoniza mas não morre (2011), de Gabriel Meyohas, que havia participado do Festival do Rio. O diretor iniciante comemora a visibilidade:

– Já participamos dos festivais do Rio e de Montevidéu deste ano. Agora, vamos ter espaço também no Odeon. A visibilidade está ótima. Isso é muito bom para gente – anima-se o jovem de 21 anos.

Agoniza mas não morre é inspirado em música de mesmo nome de Nelson Sargento. Como na letra de 1979, o filme aborda a “mercantilização do samba”, segundo o diretor. Personagens como o próprio Nelson Sargento e Dona Ivone Lara, ícones do samba, são entrevistados no documentário de aproximadamente 13 minutos:

– Eu e Maíra Motta, minha amiga de curso, nos baseamos na música para montar o roteiro, embora eu acredite que o roteiro de um documentário só saia, efetivamente, na própria edição. Falamos sobre a transformação do samba em produto, sobre os desfiles das escolas de samba e a participação da mídia. Enfim, falamos sobre a trajetória do samba – sintetiza Gabriel.

Agoniza mas não morre disputará com os demais 65 curtas a chance de ser exibido para o grande público. Inserida na agenda de comemoratções dos 60 anos do Departamento de Comunicação, a Mostra PUC-Rio Kinoplex de Cinema, no Odeonpremiará três filmes de ficção e três documentários, que serão compilados para entrar no circuito comercial, em abril do próximo ano (veja a lista completa no fim do texto). Os vencedores serão anunciados na noite de encerramento (11), no próprio Odeon. Um dos articuladores da iniciativa, o professor de cinema da PUC-Rio Arturo Netto, considera que a parceria entre a universidade e o grupo brasileiro do setor seja um complemento entre a formação acadêmica e o mercado:

– A habilitação em cinema, criada em 2005, é a mais nova do Departamento de Comunicação Social, fundado em 1952. Nós queremos atingir a excelência acadêmica e, ao mesmo tempo, promover a aproximação do aluno com o mercado. Reprodução internet

Em busca de mais visibilidade para o trabalho desenvolvido pelos alunos, o Odeon foi escolhido, ainda de acordo com Arturo, por "associar tradição e qualidade". Ele acredita que a exibição em um “cinema de referência" seja um estímulo a mais aos alunos:

– Escolhemos o cinema Odeon porque ele é emblemático. A Cinelândia era a maior concentração de cinemas do Rio, mas hoje restou apenas o Odeon – lamenta.

Emblema também um tempo em que, para o bem e para o mal, a internet assume um peso signficativo na rotina e nos movimentos profissionais. No caso do cinema, boa parte dos estudantes, cineastas e professores concorda que as tecnologias digitais e a rede mundial convertem-se – de forma complementar ao prestígio e a visibilidade amealhados nos festivais – em canais pródigos para a divulgação de curtas-metragens. Gabriel só não tornou o seu Agoniza mas não morre integralmente disponível na internet porque a exibição integral na rede impossibilitaria a participação em mostras competitivas, que, em geral, admitem só inéditos. Mas o estudante não perdeu a oportunidade de divulgar o filme nas redes sociais:

– Como não podemos disponibilizar o filme todo, fazemos a divulgação por meio de trailer. Mesmo com a limitação, é muito bom fazer a divulgação. A visibilidade lá (na rede) é muito grande, principalmente para quem faz cinema independente – argumenta o aluno do oitavo período.

Aquela limitação imposta pela maioria dos festivais fez com que o também estudante de cinema na PUC-Rio Pedro Bueno, diretor de A menina e o monstro, deixasse o filme, pelo menos por enquanto, fora da internet. O curta, concluído há apenas um mês, será exibido pela primeira vez no festival do Odeon:

– Alguns festivais querem exclusividade, então não se pode divulgar o filme na internet. Mas vamos pensar em trailer para o Youtube e o Facebook. A internet é uma grande aliada, porque, apesar dos avanços, não temos grande divulgação de curtas no Brasil. Fora do circuito de festivais, os curtas não chegam – ressalva.

O curta A menina e o monstro investe na relação entre uma menina e o monstro que vive embaixo da sua cama. Com o tempo, eles se tornam amigos. Segundo o diretor, a história é de fácil identificação por todas as pessoas:

– Eu pensei em contos de fada e lembrei de um amigo de infância. Todo mundo se identifica.

A menina e o monstro se passa nos anos 1950, o que, ressalta Pedro, possibilitou "um trabalho especial na fotografia". O apoio recebido para a caracterização de época também é reconhecido pelo cineasta da nova geração:

– A produtora em que trabalhei cedeu o equipamento de fotografia e uma loja infantil, o figurino – conta.

Embora colaborações externas e criatividade sejam importantes para concretizar o sonho de fazer um curta, de ficção ou documental, os alunos contam com o suporte – de estrutura e financeiro – da universidade. Apoiado pelos professores, o processo de produção, desde o desenvolvimento e aprovação do roteiro até a edição final, corresponde a parâmetros do mercado; reúne as principais qualificações e responsabilidades inerentes à realização cinematrográfica.

Já quanto à divulgação dos filmes produzidos, os alunos desdobram-se entre a participação em festivais e mostras competitivas, especialmente necessárias ao reconhecimento e à visibilidade no setor, e ao apelo maciço da internet. Na carona da popularização da web e das redes sociais, o curta atravessa as fronteiras dos festivais de cinema, avalia Taranto. O enorme acesso à internet, que atingiu, segundo o Ibope, 83,4 milhões de usuários em todo o Brasil, ajuda na disseminação do gênero:

– A geração atual tem uma necessidade da informação imediata. Ela é ligada a muitas coisas ao mesmo tempo. Um filme de oito ou nove minutos no Youtube, por exemplo, pode ser mais assistido que um longa-metragem – constata o cineasta e professor.  Lucas Terra

Arturo reconhece que o maior uso das redes sociais possibilita, às produções com pequeno orçamento, uma melhor divulgação. Ele até orienta que os alunos "façam o marketing dos seus filmes" por meio desses canais:

– Essa geração é digital. As ferramentas digitais podem ajudar na divulgação. Eu sugiro aos meus alunos de Produção Cinematográfica II que utilizem as redes sociais para a divulgação dos seus trabalhos.

Ele acredita até que a internet ajude a dirimir os preconceito que tradicionalmente recaem sobre o gênero. Muitos ainda associam a produção, não raramente feita com poucos recursos, a prejuízo de qualidade. Para Arturo, a maior visibilidade dos curtas, exibidos de forma crescente na rede, mostra que "há boas produções nesse formato".

– Uma lei obrigava a exibição de um curta antes de um longa nas salas de cinema. A produção era ruim porque o espaço estava garantido. Isso gerou uma imagem negativa para o gênero. Agora, sem a obrigação, a tendência é que o curta se valorize – acrescenta o especialista.

Mesmo com a maior divulgação dos curtas-metragens na internet, Taranto observa que tal ferramenta não mudará a produção. Pois, "a exposição do gênero não muda a arte, mas a linguagem como ela se apresenta":

– A arte sempre vai ser infinita. Não é o curta, mas a arte cinematográfica. O curta existe como ele é.

 

Mostra PUC-Rio Kinoplex de Cinema

Cinema Odeon: Praça Floriano, 7, Cinelândia.

Entrada gratuita: alunos, professores e funcionários da PUC-Rio.

Público em geral: R$ 5.

Dia 09, às 13h:

A VONTADE DE PEDRO (2009.2), Ficção, 18 min.

Diretor: André Ryff

AGORA EU SOU ESTAMIRA (2011.2), Documentário, 16 min.

Diretora: Priscila Steinman

 

CINEMA É MARESIA (2008.1), Documentário, 19 min.

Diretor: Diogo Cavour

 

DE CARA LIMPA (2008.2), Documentário, 20 min.

Diretores: André de Franco e Sabrina Gregori

 

LÁGRIMA (2012.1), Documentário, 17 min.

Diretor: Eduardo Reznik

 

REMO USAI (2007.2), Documentário, 20 min.

Diretor: Bernardo Uzeda

 

Dia 09, às 15h15 

À MARGEM (2010.2), Ficção, 15 min.

Diretores: Alan Ribeiro e Leonardo Neuman

 

CABEÇA DE TOURO (2012.1), Ficção, 15 min.

Diretor: Diego Zimermann

 

CARAPEBUS (2010.1), Ficção, 43 min.

Diretor: Fabian Cantieri

 

ESTILHAÇOS DE UMA CIDADE (2012.1), Documentário, 15 min.

Diretor: Thiago Ortman

 

FLUXOS (2011.2), Documentário, 13 min.

Diretor: Dogivan Vasconcelos

 

RESPOSTA (2011.1), Documentário, 15 min.

Diretor: Victor Fiuza

 

Dia 09, às 17h30

 

EU FICO (2011.1), Ficção, 14 min.

Diretor: Lucas Mendonça

 

MOTO GRANDE (2010.2), Documentário, 13 min.

Diretor: Victor Quintanilha

 

PÁGINA 325 (2009.1), Documentário, 29 min.

Diretores: Fabian Cantieri e Luis Gustavo

 

UM SEXTO SENTIDO (2012.1), Documentário, 15 min.

Diretora: Amana Gomes

 

VERDADE VERDADEIRA (2011.2), Ficção, 15 min.

Diretores: Felipe de Carolis, Eline Porto e Jaqueline Alvine

 

VIRGINIA (2008.1), Ficção, 15 min.

Diretora: Sabrina Bitencourt

 

Dia 09, às 19h45

 

AGONIZA, MAS NÃO MORRE (2011.2), Documentário, 14 min.

Diretor: Gabriel Meyohas

 

ALGUNS GOSTAM DE POESIA (2012.1), Documentário, 15 min.

Diretora: Manuelle Rosa

 

COPYRIGHT COPS (2010.2), Ficção, 7 min.

Diretor: Julio Secchin

 

O SONHO DE LAURA (2010.2), Documentário, 14 min.

Diretores: Sabrina Gortz e Jasmin Sánchez

 

PSEUDOCIESE (2008.1), Ficção, 25 min.

Diretor: Eduardo Albuquerque

 

ROSA AMARELA (2011.2), Ficção, 12 min.

Diretora: Adélia Jeveaux

 

 Dia 10, às 13h00

 

COMO SE FOSSE O ÚLTIMO (2008.2), Ficção, 19 min.

Diretora: Sabrina Magalhães

 

OUTSIDERS (2008.2), Documentário, 22 min.

Diretores: Antonio Campos, Bernardo Adeodato, Ricardo Elia, Luiz Octavio Guimarães, Jonas Louzada

 

POR ENQUANTO (2011.1), Documentários, 16 min.

Diretora: Eline Porto

 

SONHOS CEGOS (2011.2), Documentário, 22 min.

Diretora: Jess Weiss

 

SUBTAMENTE V (2010.1), Ficção, 19 min.

Diretora: Ana Carolina Lopes

 

VIOLINO AZUL (2009.2), Ficção, 15 min.

Diretores: Filipe Pontes e Renata Lima

 

Dia 10, às 15h15 

MÉNAGE À TROIS (2012.1), Ficção, 11 min.

Diretor: Joel Souza

 

NO TEMPO EM QUE A MÚSICA ERA MODERNA (2012.1), Documentário, 15 min.

Diretoras: Ana Paula Ferreira e Érika Nunes

 

OS AMIGOS DE 68 (2010.2), Documentário, 15 min.

Diretora: Elena Diniz

 

PEREIRA (2011.2), Documentário, 11 min.

Diretor: Pedro Elias

 

TEMPO TERRA (2009.1), Documentário, 40 min.

Diretor: Tiago Rios

 

UBUNTU (2011.1), Documentário, 13 min.

Diretor: Bender Arruda

 

Dia 10, às 17h30

 

ANIMAÇÃO (2010.2), Documentário, 14 min.

Diretores: Natasha Santana, Deborah Barra, Carolina Salgueiro, Jaqueline Alvine e Pedro Bueno

 

ANOTAÇÕES EM NOVEMBRO (2008.2), Documentário, 26 min.

Diretor: Pedro Ferreira

 

ENQUANTO ISSO (2008.1), Ficção, 13 min.

Diretor: Vitor Leite

 

NA DÚVIDA, ACELERA (2010.1), Documentário, 15 min.

Diretor: Marcelo Velloso

 

O INFERNO SÃO OS OUTROS (2011.1), Ficção, 12 min.

Diretora: Carolina Jessula

 

PARA ONDE VÃO OS PEIXES DOURADOS (2010.2), Ficção, 11 min.

Diretora: Maíra Scherer

 

Dia 10, às 19h45

 

7 & 70 (2011.2), Ficção, 16 min.

Diretores: Diego de Angeli e Helena Cosi

 

A CONSTRUÇÃO DA RUÍNA (2011.1), Documentário, 13 min.

Diretor: Caíque Mello

 

CULTURA LIVRE (2009.1), Documentário, 28 min.

Diretores: Pedro Galliez e Yuri Amorim

 

INTERVENHA AQUI (2011.2), Documentário, 15 min.

Diretor: Sidney Dore

 

PADEDÊ (2010.2), Documentário, 14 min.

Diretora: Adélia Jeveaux

 

SOBE, SOFIA (2008.2), Ficção, 15 min.

Diretor: André Mielnik

 

Dia 11, às 13h00

 

 1 + 1 = 11 (2007.2), Documentário, 18 min.

Diretora: Fernanda Frotté

 

A MENINA E O MONSTRO (2011.2), Ficção, 17 min.

Diretor: Pedro Bueno

 

ALIENATION (2011.2), Documentário, 17 min.

Diretora: Julia Bragatto

 

ASSIM COMO ELA (2010.1), Ficção, 16 min.

Diretora: Flora Diegues

 

ONDE OS MOSRTOS NÃO TÊM VEZ (2011.1), Documentário, 16 min.

Diretores: Bernardo d’Ávila, Eduardo Gutherz e Gabriel Fontes

 

WALTER LIMA JR. – A VIDA INSPIRA A ARTE (2008.2), Documentário, 24 min.

Diretor: Marcelo Feijó

 

 Dia 11, às 15h15

 

A PERSISTÊNCIA DAS COISAS (2009.2), Ficção, 35 min. | 2009.2

Diretor: Tiago Rios

 

DIREITA É A MÃO QUE VOCÊ ESCREVE (2008.2), Ficção, 15 min.

Diretora: Paula Santos

 

FILME PIPOCA (2010.2), Documentário, 12 min.

Diretor: Mário Franca

 

FLOW (2012.1), Documentário, 10 min.

Diretora: Rafaella Buzzi

 

NO ESCURO (2010.2), Ficção, 12 min.

Diretora: Letícia Pires

 

O CORAÇÃO AS VEZES PARA DE BATER (2009.1), Ficção, 14 min.

Diretora: Maria Camargo

 

Dia 11, às 17h30

 

BARBARA EM CENA (2011.2), Documentário, 15 min.

Diretora: Ellen Ferreira

 

CONDIÇÃO (2011.2), Ficção 15 min.

Diretor: Victor Quintanilha

 

PALHAÇOS NÃO CHORAM (2011.1), Ficção, 15 min.

Diretora: Luisa Mello

 

PARA INGLÊS VER (2008.2), Documentário, 26 min.

Diretores: Vitor Granado e Robson Ribeiro

 

SOUVENIRS DE VERÃO (2012.1), Ficção, 13 min.

Diretoras: Luíza Carneiro e Marina Erlanger

 

VOLTA (2011.1), Documentário, 14 min.

Diretores: Diego Zimermann e Victoria Visco