Projeto Comunicar
PUC-Rio

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Rio de Janeiro, 25 de abril de 2024


Antigos Alunos

Convidados prestigiam festa dos 60 anos da Comunicação

Amanda Reis, Júlia Zaremba, Patrícia Côrtes e Tiago Coelho * - Do Portal

22/10/2012

 Eduardo Ribeiro

As seis décadas do Departamento de Comunicação Social e os 25 anos do Projeto Comunicar foram consagrados com uma grande festa no ginásio da PUC-Rio, sábado passado, 20 de outubro. A confraternização nostálgica, repleta de reencontros, reuniu cerca de 600 convidados, entre ex-alunos, alunos e professores. Na manhã seguinte, a comemoração ganhou o Cristo, com missa celebrada pelo arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta. "A comunicação também está de braços abertos aos apelos sociais, é essencial para uma sociedade melhor", lembrou ele, aos pés do cartão-postal. (Veja a galeria de fotos da festa e da missa.) 

O contentamento e o orgulho estampados nos que acompanharam a celebração naquele cenário deslumbrante haviam contagiado também a badalação de sábado. Embalados pela Orquestra Bianchini, ex-alunos de diversas gerações entregavam-se a memórias revividas e transformavam o ginásio numa animada pista de dança.

Representantes das primeiras turmas foram homenageados

O reitor da PUC-Rio, padre Josafá Carlos de Siqueira; o vice-reitor comunitário, Augusto Sampaio; o decano do CCS, Luiz Roberto Cunha; o diretor do Departamento de Comunicação, Cesar Romero, e o coordenador geral do Comunicar, Miguel Pereira, subiram ao palco para abrir a festa e homenagear representantes de passagens emblemáticas desses 60 anos. Como o jornalista e professor aposentado Fernando Ferreira, idealizador do Projeto Comunicar e aluno da segunda turma do curso. Ferreira se emocionou ao receber a placa do reitor e por ter recebido o carinho de ex-alunos.

-  Fiquei muito feliz com a manifestação carinhosa de vários ex-alunos, de todas as épocas. Tudo isto me leva a pensar o que eu pretendi, dentro das minhas próprias convicções, me dá a certeza de que os meus objetivos foram alcançados.

"Foi meu professor", emocionou-se a mestre de cerimônias, a jornalista Viviane Medeiros, que lembrou algumas histórias e curiosidades das seis décadas de Comunicação, iniciada em 1952, ainda associada à faculdade de Filosofia.

Igualmente homenageado, o primeiro diretor do Departamento, professor Walter Poyares, foi representado pelo neto, o publicitário Eduardo Poyares, também formado pela PUC, em 2000. Já a professora e ex-aluna Luísa Chaves de Mello recebeu a homenagem em nome do avô, Gladstone Chaves de Mello, professor das primeiras turmas do curso. A jornalista Adriana Oliveira, editora do jornal O Globo, recebeu uma placa em nome dos ex-estagiários do Comunicar.   Eduardo Ribeiro

Lembranças, reencontros e muita dança agitaram a noite. Depois de abrir a festa com o tema de Star Wars, a orquestra comandada pelo maestro Bianchini atacou de Tim Maia, Village People, Roupa Nova, Frankie Valli and the 4 Seasons. Virou bailão. A cantora Stella Caymmi, que entrou na Comunicação em 1982, deu uma canja.

No embalo da orquestra, trenzinho uniu gerações 

Antônio Albuquerque /Núcleo de Memória Os convidados alternavam as conversas com a pista dança, a grande estrela da noite. Um divertido trenzinho, desses obrigatórios em baile de carnaval, formado por alunos, ex-alunos e grandes figuras da universidade, simbolizava a união de tantas gerações.

Aluna da turma de 1960, a jornalista e professora Ângela do Rego Monteiro (foto abaixo) divertiu-se "demais". Sempre descontraída, só lamentou a ausência de colegas contemporâneos:

– Está tudo incrível, um clima fantástico. Só não reencontrei colegas da minha turma, pois a maioria já está no Céu.

 Carlos Serra

A escritora e roteirista Flávia Lins e Silva, formada em Jornalismo em 1993, estava animada com o encontro:

– É uma delícia reencontrar os amigos e os professores, apesar de manter contato com boa parte da minha turma – contou Flávia, que aprovou o “clima de anos dourados”.

Memórias dos primeiros passos profissionais e do convívio no campus

Autora de uma dezena de livros, entre eles a série protagonizada pela menina Pilar, e roteirista da série infanto-juvenil Detetives do prédio azul, do novo canal Gloob, Flávia foi estagiária do Jornal da PUC, pelo Projeto Comunicar. Ela lembra com carinho do início da carreira:

– Foi uma experiência incrível. Lembro que usávamos máquina de escrever, e o dedo entalava – riu Flávia, que entrou na PUC em 1989, mas já frequentava o campus desde criança:

– Cresci dentro da PUC. Além de meu pai ter sido professor do Departamento de Informática, era vizinha daqui, roubava jabuticabas.

 Paula Autran/arquivo pessoalAo lado da jornalista Paula Autran, Lucia Morgado, da produtora Guiza, formada em 1992 (na foto com as professoras Carla Siqueira e Angeluccia Abert), recordou um momento inusitado durante o estágio no Jornal da PUC:

– Botaram fogo numa casa de marimbondo dentro do Comunicar. De repente, a fumaça chegou ao jornal e foi uma correria. Acharam que havia um incêndio – riu Lucia.

O jornalista e DJ Marcelo Janot também fez parte da turma. Como repórter e redator do Jornal da PUC, ele acrescenta uma história sobre a era pré-computadores:

– Faltavam algumas letras na máquina, que eram preenchidas à mão.

O jornalista ressaltou a importância da universidade na sua vida e alegria de reencontrar colegas e professores:

– A PUC foi uma escolha acertada, não só no sentido acadêmico, mas também no social. Além de estarmos nas salas de aula, ficávamos nos pilotis. A PUC agrega as pessoas. Conheci muitas pessoas com quem tenho contato até hoje, e que me abriram as portas do mercado.

Recém-formados e alunos também prestigiaram a festa. Para Gabriel, do terceiro período, a confraternização superou as expectativas:

– Foi muito mais do que esperava. Eu me diverti bastante e tive a oportunidade de conhecer pessoas novas.

Confira: Ex-alunos de Comunicação falam da importância do curso

O diretor do Departamento de Comunicação, professor Cesar Romero Jacob, também comemorou:

– Quando planejamos, nunca sabemos o que vai acontecer. Fiquei muito feliz com este momento de reencontro. Eu, que estou há 36 anos na PUC, reencontrei muitas pessoas.

"A PUC é uma festa", resumiu Tendler

O publicitário e professor Bernardo Mariani, um dos organizadores da iniciativa, ao lado da também publicitária e professora Claudia Brütt, reforça a satisfação com o resultado:

– A festa teve um astral muito legal: as pessoas dançaram, se divertiram. Era isso que queríamos.

Eduardo Ribeiro “A PUC é uma festa”, resumiu o documentarista Silvio Tendler, professor e ex-aluno, formado em 1973 (na foto com o colega Ernani Ferraz). O orgulho de ter sido um “filho da PUC” é declarado também por recém-formados, como o jornalista Flávio Carvalho, de 26 anos, que colou grau no primeiro semestre deste ano. Ela destaca como a universidade reúne "diversas realidades":

– Sou da Rocinha, e nunca sofri distinção por parte de ninguém. Os professores me ensinaram muito, e diferentes caminhos se abriram na minha vida.

Para os próximos aniversários da Comunicação, o recém-formado, que trabalha na Biblioteca Parque da Rocinha, ressalta a importância de os alunos e ex-alunos assumirem uma participação ativa:

– Nós estudantes temos que nos conscientizar de que é importante participar e ajudar a melhorar o nosso curso.

Missa no Cristo reforça atmosfera de orgulho e celebração 

Júlia Zaremba A "festa" desdobrou-se na manhã de domingo, sob outra forma e outro cenário. Lá do alto do Corvocado, ornada pela vista maravilhosa, a missa em celebração aos 60 anos do Departamento de Comunicação e aos 25 anos do Projeto Comunicar reuniu cerca de 150 pessoas, entre alunos, professores e funcionários. Foi conduzida por Dom Orani João Tempesta, grão-chanceler da PUC-Rio, com o apoio de padre Omar Raposo, reitor do Santuário Arquidiocesano do Cristo Redentor do Corcovado, e do reitor da PUC-Rio, padre Josafá Carlos de Siqueira. Entre cânticos e orações, lembraram que o morro que há 81 anos acolhe o monumento-símbolo da cidade foi palco da primeira transmissão radiofônica do país, um marco para a Comunicação na década de 1920.

– É simbólico que o Departamento de Comunicação da PUC celebre seus 60 anos e os 25 do Comunicar em um lugar que significa tudo para a comunicação – observou Dom Orani.

O diretor do Departamento de Comunicação, Cesar Romero Jacob, reforçou o simbolismo do local escolhido para a cerimônia, reforçado pela bela manhã de sol:

– É um momento especial, e o Cristo tem toda uma simbologia para a PUC e para a cidade. Tem uma magia, uma aura especial.

A professora de Comunicação em TV e ex-aluna Carmem Petit Jean levou o filho Jean, de 3 anos. Ela adorou a iniciativa: Amanda Reis

– Imagine se eu deixaria de trazer meu filho! Foi a primeira vez dele no Cristo, ele adorou, ficou muito emocionado.

Para Romero Jacob, há 36 anos no Departamento, o tradicional compromisso com o pioneirismo e a inovação sustenta as metas para os próximos anos. Com inevitável orgulho por ter contribuído para o desenvolvimento e a aplicação deste princípio inovador, ele emocionou-se com o congraçamento:

– Fiz a minha carreira profissional na PUC. Então, poder ver este momento de celebração e reencontro é muita felicidade.

Um dos fundadores do Projeto Comunicar, o professor Miguel Pereira também se rendeu à emoção de ter um trabalho consolidado ao longo de duas décadas e meia:

 Amanda Reis– Aquilo que a gente imaginava e idealizava está se concretizando ao longo do tempo. E ser realizado numa situação dessas é o melhor prêmio do mundo, porque percebemos que o resultado é muito positivo – avalia – A comunicação hoje é uma coisa nova, uma coisa que deve ser pensada, pesquisada, reexaminada, reelaborada e estudada. O importante neste nosso caminho é que a gente sempre deve estudar: quem faz comunicação e não estuda se perde no tempo. Estudar é pensar, refletir, pesquisar, e acho que vocês têm que assumir essa missão – reitera Miguel, dirigindo-se, em especial, às novas gerações de profissionais e pensadores da comunicação.

Turistas de vários países que lá estavam também acompanharam a cerimônia. Um casal de italianos, que completava 40 anos de matrimônio, recebeu com contagiante alegria a benção de Dom Orani. Não menos emocionante foi o encerramento da celebração, ao som de Jesus Cristo, de Roberto Carlos, cantada por padre Omar com o coro uníssono de todos. Um bonito desfecho, à altura do cenário e da história de um curso que, como observou Cesar Romero Jacob, cresceu com o próprio avanço da comunicação no país.  

* Participaram desta cobertura Carlos Serra e Maria Christina Corrêa.