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Rio de Janeiro, 18 de abril de 2024


Economia

“As empresas não sabem fazer marketing relacional”

Caio Cidrini - Do Portal

15/08/2012

O marketing de relacionamento corporativo vive fase de transição, observa o consultor de inteligência empresarial da MJV-Tecnologia e Inovação Jorge Mendes. Segundo ele, a relação prestador de serviços-cliente caminha do padrão tradicional — o vendedor vai até o consumidor — para um modelo "social". Nesta nova fase as empresas devem aproveitar as mídias sociais e a tecnologia da informação para conquistar e reter clientes, o que é feito ainda de forma parcial pela maioria das corporações, alerta o especialista.

Ainda de acordo com Mendes, é importante que as empresas explorem o marketing social da era da web 2.0, que "cria novos valores através do contato direto entre consumidores". Ele afirma que o mundo corporativo precisa interagir mais com os clientes.

— Uma grande parte das empresas possui poderio tecnológico e um volume enorme de publicidade, mas ainda vive relacionamentos apenas de prestação de serviço com o cliente. Elas não interagem e não conseguem segurar o novo freguês — afirmou o consultor, em palestra da XV Mostra PUC.

Mendes observou aos estudantes e profissionais reunidos no auditório Padre Anchieta que "durante muito tempo as corporações se limitaram a prestar um serviço, buscando conquistar novos consumidores, mas esqueceram o essencial: a valorização do relacionamento com o comprador". Para ele, antes de buscar novos clientes, é necessário coordenar esforços voltados à mantutenção dos antigos clientes — o que, atualmente, exige a gestão de redes sociais.

De acordo com a ONU, 2 bilhões de pessoas têm acesso à internet. Formam, de acordom com o especialista em inteligencia empresarial, uma força interativa capaz de mudar a imagem, os conceitos e estratégias de uma empresa. Por exemplo, o consumidor adquire um comportamento mais ativo e passa a exergar a compra on-line como uma opção representativa. 

Embora recomende a gestão cuidadosa das ferramentas de relacionamento na internet, Mendes ressalva que as empresas precisam garantir privacidade e adotar procedimentos como o agrupamento de clientes por necessidades parecidas. Ele avalia que o uso corporativo da internet ainda se encontra num estégio inicial:

— Em grande parte dos casos, as estratégias do gênero não vão além de um sistema de automação de vendas, geração de campanha, “fale conosco” e um site bonito.

Na opinião do consultor, a saída é "engajar os clientes nas ações empresariais por meio das mídias sociais, principalmente redes sociais e blogs". Pois o cliente ativo não é apenas consumidor, lembra Mendes, na medida que pode colaborar com indicações e comentários, além de se tornar um “advogado da marca”:

— O cliente só tinha uma interface com a empresa. Hoje ele é colaborativo, propaga e defende uma marca ao se relacionar com as pessoas na web.