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Rio de Janeiro, 26 de abril de 2024


Campus

Novos talentos da Comunicação se despedem da PUC-Rio

Rodrigo Serpellone - Do Portal

06/08/2012

 Jefferson Barcellos

Na tranquilidade de uma tarde de julho, na cobertura de um prédio no Recreio dos Bandeirantes, onde mora com os pais, o jornalista recém-formado Fellipe Ayala recebeu o Portal PUC-Rio Digital para conversar sobre carreira e vida acadêmica. Calmaria atípica na rotina do jovem de 24 anos. Há quase dois anos ele trabalha pelo menos oito horas diárias, incluindo sábados e eventualmente domingos, nos estúdios da Rede Globo de Televisão. Após um ano e três meses como estagiário, foi promovido a diretor de imagem e trabalha na maioria dos programas de auditório da Globo: Caldeirão do Huck, Domingão do Faustão, TV Xuxa, Amor e Sexo, Esquenta e Som Brasil. Fellipe, que recebe seu diploma de Jornalismo da PUC-Rio nesta sexta-feira, é um dos jovens talentos da universidade que estão obtendo sucesso no mercado de trabalho em pouquíssimo tempo.

A primeira experiência profissional foi em laboratórios da PUC. Fellipe passou pelo estúdio de TV do Portal PUC-Rio Digital em 2009, onde aprendeu a dirigir câmeras e a trabalhar com imagens, e depois pela TV PUC-Rio, do Projeto Comunicar.

– Conheci as pessoas certas no local certo. Devo agradecer muito aos profissionais da PUC, pois fiz um bom trabalho lá, as pessoas acreditaram em mim e me deram uma oportunidade.

Entre essas pessoas, Fellipe agradece especialmente a Bernardo Portugal e a Ernani Ferraz, ambos professores de Comunicação Social da PUC-Rio. Foi Ernani, editor-chefe do Centro Técnico Audiovisual da PUC-Rio (CTAv), quem lhe deu o primeiro emprego e lhe ensinou a trabalhar com imagem. Já Bernardo serve de inspiração para o jovem por causa da semelhança nas trajetórias. Na Globo, atuaram juntos em quase todos os programas, fazendo parceria na mesma função: Arquivo pessoal

– O Bernardo também começou na PUC, passou pelo estúdio de TV do Portal, trabalha na Globo. Eu me espelho muito nele. Fui seu aluno e aprendi a melhorar no meu trabalho. Sou muito grato por tudo que fez por mim dentro e fora da emissora. Quando comecei, eu o ficava observando para aprender a linguagem dos programas e a lidar com as pessoas, e desde janeiro eu mesmo posso cortar imagens e comandar os câmeras – conta Fellipe.

Bernardo afirma que o ex-aluno e atual colega de trabalho tem o perfil exato para a função que exerce na Globo: é participativo e inteligente. Ele lembra os primeiros passos de Fellipe na emissora, onde foi evoluindo aos poucos:

– A primeira função que dei a ele foi controlar o telão do Vídeo Game, da Angélica. Depois ele começou a me acompanhar nos programas de auditório para me ajudar. Hoje, tenho total confiança em deixar algum programa com ele.

Ernani lembra que Fellipe o procurou para contar que estava aprendendo a usar câmera, e pediu ajuda quando se tornou diretor de imagem:

– Ele veio correndo para falar comigo quando assinou o contrato. Foi tão bom o resultado dele que os responsáveis pelo processo de seleção na emissora chegaram a me pedir indicação de outros candidatos.

Para melhorar o desempenho no trabalho, Fellipe tem um hobby: assiste a shows de música em busca de novas técnicas que possa reproduzir nos programas. Outra mania do jornalista é ir ao shopping às 21h30, quando costuma estar vazio e pode ver as vitrines tranquilamente.

Hoje dono de uma produtora, o amigo Felipe Pimentel, de 22 anos, ex-colega de trabalho no Centro Técnico Audiovisual da PUC-Rio que conheceu o “quase xará” jogando sueca na Vila dos Diretórios, revela a história de uma fita misteriosa:

– Nós estávamos lendo o PUC Urgente em frente às câmeras para simular um jornal de TV, como sempre fazíamos. Um dia começamos a brincar, falando coisas obscenas que podem comprometer muita gente. O problema é que a fita sumiu, está desaparecida há anos!

Essas histórias quase não poderiam ser contadas. Por quase um ano Fellipe cursou Direito na Universidade Candido Mendes, até que o carioca, apaixonado pelo Flamengo, decidiu se render ao desejo de ser jornalista esportivo. Rodrigo Serpellone

– No início de 2008, fiz o vestibular para Comunicação na PUC, mas nem esperei o resultado porque surgiu a oportunidade de fazer um intercâmbio em Londres por seis meses, para melhorar meu inglês. Quando voltei, tinha chegado um telegrama confirmando minha aprovação.

Focado, mas discreto, o jornalista guardou segredo durante todo o processo de seleção para a Rede Globo. Nem a mãe, a oficial da Marinha Denise Ayala, de 49 anos, tinha conhecimento das dinâmicas e entrevistas realizadas na emissora:

– Quando ele entrou para o jornalismo, sabia que tinha tudo a ver com ele, pois o Fellipe sempre foi muito comunicativo. Mas fiquei surpresa quando ele chegou em casa e contando que havia passado para esse emprego.

A avó do ex-aluno da PUC, Danielli Tavares da Silva, conta que a família tem uma veia jornalística de longa data:

– O bisavô de Fellipe, Danilo Macedo Silva, trabalhou como revisor do extinto jornal A Noite, que foi o antecessor do O Globo. Ele era funcionário público e fazia um bico revisando o diário. Acredito que essa descendência tenha ajudado no talento do meu neto.

Rindo, Denise lembra que o filho ficava narrando jogos do Flamengo na varanda do apartamento quando criança:

– Quando tinha uns 9 anos de idade, ele me disse que substituiria Galvão Bueno na Globo. Agora ele já está formado em jornalismo e trabalhando na emissora, creio que não falta muita coisa.