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Rio de Janeiro, 24 de abril de 2024


Cultura

PUC-Rio sedia o XI encontro da Socine

Gabriela Ferreira e Glaucia Marinho - Do Portal

12/05/2008

 Gabriela Ferreira

A PUC-Rio sediou o XI Encontro Internacional da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual, a SOCINE, cujo encontro reuniu os principais pesquisadores da área de cinema nacional e, pela primeira vez, internacional. Realizado em outubro de 2007, o encontro teve abertura solene realizada com a presença do Reitor da PUC-Rio, padre Jesús Hortal, do Presidente da Socine, José Gatti, do Diretor do Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio, Cesar Romero Jacob, e do Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da PUC-Rio, Miguel Pereira.

"Empolgação". “Vocês vão ver algo do presente sobre tudo do futuro, a vertigem do novo, o plural, a novidade. Vocês vão ficar estonteados, empolgados. Eu desejo que vocês fiquem empolgados”, disse Pe.Jesús Hortal. Foram três dias de debates e, claro, exibições de filmes, como Mutum, da cineasta Sandra Kogut, que teve pré-estréia na noite de abertura do encontro.

 No Solar Grandjean de Montigny, a mostra “Cinema, exposto”, organizada pela professora Angeluccia Habert, comemorava o ciclo de palestras da Socine na PUC-Rio e procurava celebrar o cinema, contando um pouco da sua história de modo não-convencional, através de obras com grande diversidade. Entre elas, um filme de Joel Pizzini, que passa em uma reprodução de uma sala de cinema; uma projeção de mãos que ora se encontram ora não, de Célia Freitas e trabalhos de artistas como Alfredo Grieco, Eduardo Kac e Sérgio Marimba, que fazem referência, por exemplo, ao cinema de Walter Lima Jr. Angeluccia conta um pouco do impacto da exposição e seus objetivos.

O que o “Cinema, exposto” pretende mostrar?

Queremos mostrar os ambientes em torno do cinema, o cinema que pode ser misturado com memória de identidade. A preocupação de fazer com que o cinema viva na sociedade é permanente. Existem vários autores e cineastas que tem essa preocupação constante. Essa é a primeira idéia. Como estamos recebendo a Socine, a gente queria fazer algo para comemorar. E começamos a pensar nessa idéia de ter o cinema exposto, de formas variadas. Alguns artistas cederam algumas obras muito importantes. E quase todos têm uma ligação com a PUC. Então, ficou quase que familiar. Nós temos trabalhos de ex-alunos, referências de ex-alunos. Walter Lima, por exemplo, dá aulas na PUC e é um dos artistas mais importantes do cinema brasileiro. Ele tem vários filmes de boa qualidade, principalmente com qualidade poética. Mas ele toda uma mistura de erudição com popular na recuperação de memória. Eu acho que o resultado ficou muito bom, e ver que as pessoas gostaram também é muito gratificante.

Como foi a idéia de colocar uma sala de cinema dentro da exposição?

 Foi uma generosidade de Joel Pizzini me ceder o filme “Dormente”. Eu escolhi esse filme porque é mais abstrato, apesar de trabalhar com experimentação, e porque ele trabalha com movimento, e com a própria história do cinema. É o trem na janela, ele mostra uma viagem do subúrbio de uma grande cidade, que é a cidade São Paulo. Mas a gente quis fazer a sala como se fosse uma sala de cinema. Escura, com cadeiras, e que permite que as pessoas parem e assistam a um filme de apenas 15 quinze minutos.

E qual o efeito que a “Topologia do Encontro”, uma projeção de mãos que se encontram e desencontram, quer causar?

O trabalho das mãos causa um impacto fundamental porque ali é realmente a recuperação de memória mais profunda do cinema. É o primeiro cinema, aquele que você brinca com as mãos, projetando-as no espaço. Nós todos, quando crianças, brincamos com isso. Os primitivos também. Eles brincavam com as mãos e suas projeções em volta de fogueiras. As mãos são partes do corpo que a gente mais controla. A minha interpretação não é tudo o que se pode ler com essa obra. Existe uma preocupação com a sensibilidade, com a necessidade de se encontrar, o que às vezes não acontece.

Qual o diferencial dessa exposição para outras exposições de cinema?

Outras exposições têm fotos, cartazes sobre o cinema. Os cartazes do cinema sempre foram feitos por artistas plásticos, e de boa qualidade. E por isso havia exposições. A nossa concepção nossa é de interação, de juntar leituras, de aproximar coisas diferentes e deixar a pessoa livre para interpretar. A gente colocou uma vírgula entre “cinema” e “exposto”, que é para fazer uma tensão e fazer como que as pessoas interfiram de alguma forma nesse intervalo.