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Rio de Janeiro, 27 de julho de 2024


Cultura

Professor lança DVD e livro sobre o ofício de roteirista

Tiago coelho - Do Portal

15/12/2011

“Está se fazendo mais filmes no Brasil. Por isso, há uma necessidade de mais roteiristas”. Estimulado por esta constatação, o jornalista e roteirista Lucas Paraizo, professor do curso de cinema da PUC-Rio, mergulhou nos atributos e desafios daquele ofício. Colheu 32 depoimentos do primeiro time de roteiristas nacionais, que se converteram no documentário “O roteirista”, em DVD, e no livro “Palavra de Roteirista”. Ambos serão laçnados nesta quinta-feira (15), na Livraria do Unibanco Artplex da Praia de Botafogo, a partir das 19h.

Paraizo conversou com bambas do audiovisual brasileiro, como Jorge Furtado, Bráulio Mantovani, Doc Comparato, Adriana Falcão, Jean-Claude Bernardet, Helena soares, Euclydes Marinho e Marçal Aquino, entre notáveis contadores de histórias que viram imagens na tela do cinema e da televisão. O livro, com prefácio de José Padilha, é um aprofundamento dos depoimentos reunidos no documentário. Conta com 20 personagens na primeira edição. Os outros 12 serão acrescidos numa segunda publicação.

Ex-professor da Escola de Cinema de Cuba, Parizo ressalta que este mergulho no mundo do roteirista alinha-se com a "franca ascensão" do ofício no país:

– Com a retomada do cinema brasileiro, por volta de 1995, cineastas como Walter Sales e Carla Camurati perceberam a nacessidade de uma compreensão de suas histórias antes de ir para o set de filmagem. Isso levou a uma maior profissionalização do trabalho do roteirista. Passou a existir uma demanda maior, não só na televisão, mas também no cinema. O roteirista passou a ser mais valorizado, ganhar melhor, com mais visibilidade e mais trabalho.

Para o professor, “o roteiro não é só uma folha de papel com ação e diálogo, mas, principalmente, um conceito”. Convicção reforçada por boa parte dos depoimentos:

– O Braulio (mantovani) disse uma coisa muito importante sobre a atividade do roteirista: “A única regra absoluta para um roteiro é a de que não existe nenhuma regra. Toda história tem um melhor jeito de ser contada, o que o roteirista tem de fazer é encontrá-la”. Já a Helena Soares ressaltou que “não existe nada mais longe da verdade do que o roteirista ficar sentado esperando a ideia vir”.

Embora esclareçam as principais características da construção de um (bom) roteiro, o documentário e o livro ultrapassam a fronteira do cinema. Pois, como observa Paraizo, tratam de algo comum a diversas áreas: o processo de criação.

– Tanto o filme quanto o livro não falam apenas de cinema, mas do processo criativo, que pode ser para a literatura, para o design, para a arquitetura – exemplifica.