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Rio de Janeiro, 25 de abril de 2024


Cidade

Como fugir do engarrafamento provocado pelo buraco da Cedae

Gustavo Coelho e Glaucia Marinho - Do Portal

17/04/2008

 Gustavo Coelho

O rompimento de uma tubulação da Cedae, na Rua Mário Ribeiro, no Leblon, paralisou o trânsito da Zona Sul durante toda a quinta-feira, provocando retenções que se estendiam até a saída do Túnel Rebouças, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Com a interdição do tráfego nas imediações do Hospital Miguel Couto, motoristas levaram mais de uma hora de Botafogo à Gávea pela manhã. Segundo técnicos da companhia, a previsão era de que o conserto do cano rompido se estenderia até a madrugada desta sexta-feira. Por causa da chuva, no entanto, as obras de recapeamento da pista vão demorar.

A Guarda Municipal orienta os motoristas que vão em direção a São Conrado para entrar na Avenida Bartolomeu Mitre e seguir pela Praça Santos Dumont. Já quem sai do Túnel Rebouças em direção à Barra deve optar pela Rua Jardim Botânico. Uma alternativa é a orla do Leblon.

O transtorno começou por volta das 6h de quinta-feira, pouco depois do estouro da tubulação. Técnicos da Cedae interditaram as três pistas da rua no sentido Lagoa-Barra pouco depois das 7h e tiveram que escavar ainda mais o asfalto para tentar deter o vazamento. O buraco transformou num inferno o caminho até o trabalho, a escola ou a universidade. Engarrafamentos formaram-se em diversos pontos da Zona Sul. Nas pistas da Lagoa e da Mário Ribeiro, a procissão de pára-choques chegou a estender-se por mais de dois quilômetros.

Surpreendida com o congestionamento, a estudante de Comunicação da PUC-Rio Rafaela dos Santos levou mais de uma hora da Tijuca até a Gávea. Mas ela está habituada ao teste de paciência:

 

- O fluxo de carros, que é intenso, ficou pior. Estava tudo parado desde o Túnel Rebouças. O ônibus me deixou no local de sempre, mas precisou fazer um desvio para chegar ao ponto.

 

A colega Cláudia Alves, também do curso de Comunicação, cobrava esclarecimento:

 

- Ninguém sabe explicar o que aconteceu. O guarda segurou o ônibus por 15 minutos para tentar escoar o trânsito.

 

Alguns perderam a calma. A motorista de um Mercedes Classe A preto irritou-se com um ônibus que fechava o cruzamento próximo à Praça Sibelius, na Gávea, e buzinou durante 45 segundos. O protesto só foi interrompido quando um guarda municipal ameaçou multá-la por excesso de barulho.

 

Outros resolveram descer do ônibus e seguir a pé. Um dos trechos mais críticos era o acesso à Rua Bartolomeu Mitre pela rua Visconde de Albuquerque. Motoristas demoravam meia hora para cumprir aqueles 200 metros.  

 

De acordo com a Cedae, o problema foi causado pela fadiga do tubo, devido à trepidação ocasionada pelo intenso e contínuo tráfego na via. Não é a primeira vez que crateras se abrem no asfalto do bairro devido à ruptura de tubulações da companhia. No mês passado, um vazamento de água da Cedae deixou o trânsito complicado na Avenida Niemeyer. Em maio de 2006, uma cratera se formou na Rua Humaitá depois do rompimento de uma tubulação. Em 2004, outro cano da empresa rompeu-se junto ao Clube de Regatas do Flamengo, engolindo um automóvel que passava pelo local.