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Rio de Janeiro, 26 de abril de 2024


Campus

"Atletas" de Direito da PUC-Rio ganham Brasileiro de arbitragem

Thaís Bisinoto - Do Portal

01/11/2011

 Divulgação

A PUC-Rio levou a melhor na segunda Competição Brasileira de Arbitragem (Camarb), disputada mês passado, em Belo Horizonte. Alunos de Direito da PUC-Rio superaram adversários como USP e Mackenzie, de São Paulo, e outras 14 instituições do país.

O time dos "atletas" campeões, batizado de Geadici (Grupo de Estudos em Arbitragem e Direito Internacional), foi criado em 2008 com a ajuda de ex-alunos e professores do departamento. Destinava-se, inicialmente, à participação no campeonato internacional mais importante de arbitragem – o Willen C. Vis International Commercial Arbitration Moot –, disputado anualmente em Viena, na Áustria. Na edição deste ano, a equipe da PUC chegou, pela primeira vez, às etapas finais. Ficou em 18º lugar, entre as 300 universidades competidoras. (Leia mais sobre a preparação dos alunos para o Vis Moot 2011.)

A renovação do Geadici em julho, com a entrada de oito integrantes, trouxe ao grupo novas ambições. Os "atletas" decidiram participar da competição de arbitragem nacional, a Camarb, até como preparatório para o Vis Moot de 2012. O coordenador da equipe, professor Lauro Gama, lembra que o nível de motivação revelou-se decisivo:

– Os alunos se dedicaram e estavam muito entusiasmados para essa competição nacional – observa Lauro Gama, que cedeu o escritório para simulações do campeonato.

Dos quatro oradores do time – Lucas Mayall, João Paulo Georgief, Luisa Cabral e Pedro Henrique Serqueira –, estes três últimos ganharam menção honrosa pelo desempenho. Fora a conquista, Pedro Henrique anima-se com o desenvolvimento acadêmico e profissional:

– É muito bom participar de uma competição dessas. Dá uma noção de como a arbitragem acontece na prática, como seria uma audiência de arbitragem. Crescemos muito em termos acadêmicos e profissionais. Conhecemos pessoas da área, que trabalham com isso no mercado. 

 Divulgação Já João Paulo encanta-se pelo “desafio”:

– A minha ideia é fazer uma coisa diferente, que não é da vida comum. Pegar um desafio e tentar bater isso. É como no esporte, em um campeonato. Com a vitória, a sensação é de missão cumprida. É competição mesmo – confessa.

Como competidores olímpicos, os oradores mergulharam fundo no treinamento. Vararam noites estudando os casos para as últimas etapas da competição. Diversão na capital mineira não fazia parte do vocabulário daqueles jovens.

– Os oradores não bebiam, ficavam estudando até as duas da manhã, ou mais. Por isso, não temos história divertida para contar – diz João Paulo – Mas valeu a pena.

A rivalidade entre paulistas e cariocas foi marcante no campeonato. Principalmente quando o grupo do Rio chegou às semifinais e finais contra os alunos de renomadas universidades de São Paulo. Na opinião de João Felipe Almeida, um dos integrantes da equipe da PUC, a vitória veio das "saídas alternativas" encontradas para os casos:

– Tínhamos umas tiradas interessantes. Saíamos dos argumentos técnicos, fazíamos piadas jurídicas. Saía da coisa séria paulista e fazia o tribunal se divertir. Isto fez a diferença.

O interesse dos alunos em participar do Geadici é, na maioria das vezes, estimulado pelo próprio assunto estudado – a arbitragem –, ainda relativamnete novo no país. Assim avalia a caçula do grupo, Marina Marandino, aluna do quarto período:

– É uma área pouco estudada, nova no Brasil. Além da parte do estudo, traz boas perspectivas profissionais – acrescenta.

Com a projeção do grupo, João Felipe alimenta grandes ambições. Para ele, o Geadici é uma forma de difundir a arbitragem:

– A gente quer que os alunos de Direito da PUC-Rio sintam orgulho. A intenção é que o grupo represente os alunos do departamento, como a Atlética ou o Cael (Centro Acadêmico Eduardo Lustosa) o fazem.

O novato entrou para o Geadici atraído por uma simulação de arbitragem que viu, no auditório B8 da universidade. Ele recorda que os alunos se preparavam para o Vis Moot, quando um profissional disse: "Vocês já são advogados".

– Depois disso, decidi: "Preciso entrar nisso!" – lembra.

O Geadici já é reconhecido pelos escritórios de advocacia da cidade do Rio. Alguns, inclusive, patrocinam o grupo nas competições. A iniciativa, segundo João Felipe, tem aberto mais oportunidades profissionais:

– Antes de abrir vaga para estagiário, escritórios procuram integrantes do Geadici. O grupo é muito bem visto no mercado. 

A preparação para o campeonato de Viena do próximo ano já começou. A equipe iniciou as reuniões para a competição internacional logo que chegaram de Belo Horizonte, ainda no mês passado. As primeiras duas etapas, escritas, têm prazo de entrega para o fim de dezembro e de janeiro. Como foi neste ano, a fase oral e última será presencial, em abril. Isto significa que a equipe viajará para a Áustria pouco antes da Semana Santa. Para a veterana Maria Marinho, participar dessas competições é “um megaesforço, mas vale muito a pena”.

– A maioria de nós estagia e estuda. Nos encontramos à noite, sábado e domingo. Mas é uma experiência que você nunca vai ter em um estágio, nem na universidade. É a oportunidade de participar da elaboração de um argumento do inicio ao fim – justifica.

A novata Thamar Cavalieri, que cursa o 8º período de Direito, acredita que o êxito do grupo resulta da dedicação de todos os integrantes:

– Apesar de ser um grupo formado por alunos, todos levam muito a sério. Acaba dando mais certo do que em um escritório de advocacia. Todos se dedicam 100%. Não tem ninguém que fique de fora. Nesta competição, mesmo os veteranos se doaram completamente. A hora que fosse, estavam disponíveis para treinar.