A infraestrutura para o setor audiovisual no Rio de Janeiro está num momento de ascensão, porém ainda faltam mais incentivos e menos burocracia para permitir filmagens. Esse foi um dos pontos de consenso do debate A infraestrutura do Rio para a produção audiovisual, realizado na última quinta, 20, na PUC-Rio. O encontro, que fez parte da 1ª Semana de Cinema da universidade, teve a presença do coordenador da Rio Film Commission, Renato Reder, do gestor do Centro de Infraestrutura Audiovisual do Rio (CiaRio), Marcos Eckart, e do diretor-presidente do PoloRio Cine & Vídeo, Claudio Petraglia.
Na opinião de Reder, há falta de vontade e de conscientização de outros setores, o que, segundo o coordenador da Rio Filme, dificulta a logística da produção.
– Para tentar solucionar esse problema, a Rio Film aeroportos da cidade. Nossa ideia é servir como uma ferramenta para os produtores. Deve ser lançado já no próximo mês – destaca Reder.
Na visão de Petraglia, o Rio é carente de investimentos de grandes empresas. Ele cita o exemplo de Paulínia, no interior de São Paulo, que tem investimentos da Petrobras.
– O Rio de Janeiro tem uma cultura tão rica e ainda não tem um investimento desse porte. Estou louco para conseguir um subsídio desse (da Petrobras) para o Rio – lamenta o diretor do PoloRio.
Caso se concretizem esses investimentos, novos estúdios poderiam ser montados. Segundo Petraglia, o número ideal para se produzir em grande escala são 14 estúdios. "No entanto, no PoloRio temos apenas oito", afirma.
Outro ponto debatido foi a firmação de parcerias com universidades. Eckart, da CiaRio, vê como essencial essa iniciativa:
– Quem está estudando hoje vai ser o futuro de um setor que está crescendo aos poucos. Por isso, parcerias com essas instituições é importantíssimo para estimular a produção do setor audiovisual, tanto pelo questão empresarial quanto pelo lado cultural.
Petraglia lembra que o PoloRio já está abrigando a TV universitária.
Para seguir crescendo, Eckart acredita ser preciso lutar por mais reconhecimento de diversas instituições e do capital privado:
– E o capital privado já está percebendo que o setor pode ser, sim, muito lucrativo.
Calouro de cinema 100% presente
A 1ª Semana de Cinema da PUC-Rio chegou ao fim na sexta-feira, 21, com a palestra O roteiro cinematográfico e o mercado nacional, com a presença dos diretores e roteiristas Paulo Halm e Raphael Aguinaga. Durante toda a semana (17 a 21) foram realizados debates, palestras e exibições de filmes, na sala 102-K.
O calouro de Comunicação Social com habilitação em cinema Luiz Carlos da Rocha esteve presente a todas as apresentações da Semana, e aprovou a iniciativa:
– O mais importante foi a discussão de diversas áreas dentro do cinema, como roteiro, crítica e até animação. Para mim, que faço estágio numa produtora e estou apenas começando, é muito interessante poder conhecer tudo isso, que é a base para me tornar em um cineasta no futuro.
Rocha, no entanto, acredita que outros debates poderiam ser feitos como, por exemplo, sobre mídia e direitos autorais.
– Além dos debates, das palestras e exibição de filmes, acho que seria válida a criação de minicursos numa próxima edição. Estes poderiam servir de base para alunos que, como eu, se confundem com coisas como a diferença entre direção de fotografia de direção geral; ou roteiro de ficção e documentário – opina o estudante.