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Rio de Janeiro, 26 de abril de 2024


Cultura

Animação vai crescer, diz diretor do Anima Mundi

Caio Lima - Do Portal

18/10/2011

A Lei 12.485, que entra em vigor em janeiro de 2012, criando cotas para a produção nacional na TV por assinatura e gerando investimentos de mais de R$ 400 milhões no setor de audiovisual brasileiro, abriu também uma perspectiva de crescimento na área de animação no país. Essa é a opinião do diretor do Anima Mundi, o animador Marcos Magalhães, que veio à PUC-Rio na segunda-feira, 17, participar de um debate com alunos na 1ª Semana de Cinema da PUC-Rio.

– Vejo que algumas produtoras estão procurando mais pessoas do setor de animação justamente porque há uma perspectiva de aumento com a sanção da Lei 12.485. Um exemplo é a L.C. Barreto – afirma Magalhães.

Para ele, porém, não basta o mercado de animação estar em expansão. Para realizar uma animação, afirma Magalhães, os futuros profissionais devem se apegar às suas histórias, ou seja, ter um bom roteiro em mente, para só depois pensar na técnica. Diretor e animador da produtora Giroscópio Filmes, Pedro Iuá concorda com o colega:

– Começar com uma boa ideia é a base de tudo. Se você não acreditar que pode melhorar cada vez mais sua história e não se entregar a ela, dificilmente terá uma boa animação. O computador e o lápis são apenas ferramentas.

Magalhães lembrou que muitos animadores estão surgindo na área de design, e atribui isso ao fato de que esses cursos são mais receptivos às disciplinas de animação, no sentido do “processo de trabalho”.

– Quem faz cinema ao vivo, geralmente, tem uma rotina mais intensa. Para se tornar animador, é preciso ser mais contemplativo. E isso existe no curso de design, em que muitas vezes é necessário um longo tempo pensando em como determinado projeto pode dar certo – opinou o diretor do Anima Mundi.

Na PUC, por exemplo, o Departamento de Artes e Design tem algumas disciplinas voltadas para a animação, o que não acontece no curso de cinema do Departamento de Comunicação Social. Mediadora do debate, a coordenadora do Núcleo de Arte Digital e Animação (Nada) do Design da PUC-Rio, Cláudia Bolshaw, disse que os alunos de cinema são bem-vindos nas disciplinas, mas reconheceu a dificuldade de garantir vagas:

– Elas ainda são poucas. Os alunos precisam disputá-las com o CR (coeficiente de rendimento), e o número de cadeiras nessas disciplinas é pequeno, pois o curso de design tem menos alunos. 

O evento conta com palestras e workshops de profissionais do ramo e se estende até a próxima sexta-feira, 21.