Capacitar moradores de comunidades do Rio de Janeiro a criarem cineclubes e produzirem seus próprios filmes é o objetivo do Núcleo de Comunicação Comunitária do Projeto Comunicar, coordenado pelo professor Miguel Pereira, que inicia o curso Cinema, Criação e Pensamento nesta terça-feira, 18 de outubro, buscando oferecer um pouco da história e da estética da sétima arte para 35 alunos das favelas Santa Marta, Babilônia, Chapéu Mangueira, Cantagalo e Pavão-Pavãozinho.

Durante as aulas, os alunos terão a oportunidade de entrar em contato com a história do cinema no Brasil e no mundo, abordando temas como o Primeiro Cinema, o Neorrealismo Italiano e o Cinema Novo brasileiro, entre outros movimentos. O curso, que nesta primeira etapa terá duração de oito semanas, com aulas às terças, quintas e sábados, às 19h, na sala 102K, terá entre os professores Ney Costa Santos Filho, Adair Rocha e Angeluccia Bernardes Habert.

Para o professor e crítico de cinema Miguel Pereira, coordenador do Núcleo de Comunicação Comunitária do Projeto Comunicar e responsável pelo projeto, esse é um trabalho que busca desenvolver núcleos de interesse que possam debater os temas ligados à sétima arte.

– É uma atividade para favelas em processo de pacificação. A ideia é fazer algo para dar continuidade.

Eduardo Coutinho, considerado um dos principais documentaristas da atualidade, autor de filmes como Babilônia 2000 e Santa Marta – Duas semanas no morro, que tinham como contexto justamente o algumas dessas favelas, foi convidado para falar aos alunos na abertura do curso.

– Santa Marta é um documentário inovador sobre a intervenção de um cineasta em uma comunidade – afirma Miguel.