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Rio de Janeiro, 18 de abril de 2024


Cultura

Filme em preto e branco empolga pela inovação

Jorge Neto - Do Portal

17/10/2011

 Divulgação

Os holofotes estavam preparados para a exibição do documentário "As canções", de Eduardo Coutinho, sexta-feira passada, no Pavilhão do Festival do Rio, no Píer Mauá. Mas boa parte das atenções concentrou-se no filme "Sudoeste", de Eduardo Nunes. Inovando na forma (só 30% de diálogo, e em preto e branco) e até no formato de tela (366), o longa ganhou foi bem recebido pela crítica. O jornalista do Estado de São Paulo Luis Carlos Merten, mediador do debate depois da sessão (veja a íntegra na TV do Portal), entusiasmou-se:

– Alguns dizem que ele é o futuro do cinema, mas ele já é o presente. E esse filme é o meu favorito no festival, o meu xodó.

Orgulhoso, Nunes dividiu os créditos com a equipe. Destacou, em especial, a sugestão de filmar em preto e branco:

– Fazer em preto e branco e usar um corte diferenciado foram ideiias do Mauro [Pimentel Jr,. diretor de fotografia) – contou o diretor – O roteiro foi mudado por mim e pelo Guilherme [Sarmiento, roteirista]. Todos trabalharam para que esse sonho virasse realidade.

Em meio a elogios e agradecimentos, o diretor de fotografia explicou o corte no formato 366 – considerado pelos críticos um trunfo da produção:

– Tínhamos feito fotos das locações, mas não conseguíamos contemplar o tempo e espaço. Um dia abri o Photoshop e, fazendo recortes, vimos que os mais horizontais mostravam melhor a paisagem. Como não possuíamos elementos verticais, como prédios, adotamos o formato para privilegiar a harmonia do filme – explicou Mauro.

Já o roteiro, reconhece o diretor, pode ser o calcanhar-de-aquiles. “Ele foi mudado várias vezes, tanto que pode parecer uma colcha de retalhos. Isso pode complicar o entendimento do filme, mas também pode várias formas de interpretação”.

A tantas possibilidades, e expectativas, Eduardo Nunes acrescenta mais uma. Anima-se ao traçar a participação em outros festivais:

– Esse é um filme para festivais – avalia – Não é do tipo que as pessoas comprarão DVDs. Todos tem que ir predispostos a ver e entender ele, então o continuarei levando a festivais.

A outra produção que mobilizou o Pavilhão foi o aguardado documentário "As canções". Eduardo Coutinho utiliza poucos recursos (uma sala, uma cadeira, uma câmera e seus entrevistados) para contar a vida das pessoas por meio das músicas. Músicas que emocionam, divertem, contam passagens marcantes pelas quais passaram seus autores. Elas ditam o tom de um documentário no qual o único som é o da voz das pessoas que resolveram compartilhar suas histórias.

O filme será exibido também nessa terça-feira (18), no Ponto Cine (Estrada do Camboatá, 2300, em Guadalupe). A programação completa do Festival do Rio, que se encerra amanhã, pode ser consultada na internet: http://2011.festivaldorio.com.br/.