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Rio de Janeiro, 16 de abril de 2024


Cultura

O polêmico 'A pele que habito' abre Festival do Rio 2011

Caroline Hülle - Do Portal

06/10/2011

 Divulgação

Há cinco meses, o aguardado thriller "A pela que habito" ("La pele que habito"), de Pedro Almdóvar, sacudiu Cannes. Não levou a Palma de Ouro, mas inflamou discussões à altura do racha em solo espanhol: os quase 600 mil espectadores revelaram-se insuficientes para sensibilizar os cânones cinematográficos a indicá-lo para prepresentar o país na indicação a Oscar de filme estrangeiro (preferiram "Pa negre", de August Villaronga). Os brasileiros incorporam-se a esse vendaval de burburinhos a partir de hoje, às 21h, quando o filme abrirá a maratona de 428 produções que serão exibidas até o dia 18, no Festival do Rio 2011 (veja as informações gerais em http://2011.festivaldorio.com.br/).

Marisa Paredes, que interpreta uma governanta no novo filme de Almodóvar, reforça o naipe de artistas e diretores participantes de sessões e debates nos 12 dias da mostra, como  Alessandra Negrini, Chico Anysio e José Wilker. Outra novidade é a estreia do FestRio no Complexo do Alemão, onde o Cine Carioca exibirá títulos internacionais. Um deles será "Shark Night 3D", de David R. Ellis, que aposta na tecnologia para amplificar a adrenalina subaquática e nadar de braçada no legado do clássico "Tubarão" (1975), de Steven Spielberg.

Hoje à noite os holofotes estarão voltados, no entanto, para um outro thriller, dourado pela controvérsia já na origem, quando Pedro Almodóvar trocou traços e gêneros tradicionais por outros caminhos. Os convidados da primeira exibição no Brasil (o longa entrará em cartaz no dia 4 de novembro) verão uma trama com menos referências tradicionais de Almodóver e reviravoltas no roteiro.  

Estupros, assassinatos e segredos sustentam o suspense de um enredo que mistura dramas familiares e medicina. Inspirado no romance "Tarântula", do francês Thierry Jonquet, morto há dois anos, o longa "A pele que habito" (2011) narra as angustias do cirurgião plástico bem-sucedido Robert Ledgard, interpretado por Antonio Banderas, que se depara com a morte da mulher e da filha Norma (Blanca Suárez) em situações parecidas.

O médico busca recriar, incessantemente, as feições de sua ex-companheira em Vera (Elena Anaya), uma jovem com quem tem uma difícil relação de vingança e desejo. O abuso de poder em busca da clonagem de pele humana resistente aos agentes externos orienta o enredo do filme e da vida da moça. Mas, à medida que mistérios são revelados, a obsessão de Robert com Vera ganha um sentido que ultrapassa as experiências médicas da criação transgênica.

Embora dialogue com o mito de Frankeinstein e a vingança, o filme encontra tons de ironia e comédia. Para alguns críticos, esta combinação é "inadequada", o calcanhar-de-Aquiles do filme. Para outros, é o seu truno. Divergências à parte, ironia e comédia aparecem naturalmente em meio ao drama, e quebram a tensão das cenas. Principalmente nas participação de Marilia (Marisa Paredes) e Zeca (Roberto Álamo), mãe e filho que se revelam personagens fundamentais nos fatos trágicos da história do doutor.

Os ingressos para as sessões deste e de outros filmes abertas ao público variam de R$ 1 a R$ 10. Podem ser comprado na central do Estação Sesc Rio, em Botafogo; pela internet (www.ingresso.com); ou, no dia, na bilheteria do cinema. Os cinéfilos que desejarem participar a fundo da maratona de filmes têm a opção do webpassaportes, de 20 (R$ 160) ou 50 (R$ 300) sessões. Também está à venda pela internet, no www.ingresso.com e na central de ingressos.

A programação completa pode ser baixada em http://2011.festivaldorio.com.br/progfest2011.pdf