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Rio de Janeiro, 25 de abril de 2024


Variedades

Caravana JN: "Éramos como grupo de rock"

Gabriela Caesar - Do Portal

30/09/2011

E se os apresentadores do Jornal Nacional fossem às ruas do Sul ao Norte do país? A "janela" – aberta nos anos das duas últimas eleições presidenciais (2006 e 2010) – "mostrou a cara do brasileiro”, constata a jornalista Maria Paula Carvalho. Ela aproveitou o período de férias para juntar-se à equipe do JN na jornada de 62 dias. Os bastidores viraram Caravanas da Identidade - Por dentro da maior reportagem do Brasil e perto dos brasileiros (Editora Sulina, 238 páginas, R$ 36), lançado no ano passado. Maria Paula contou parte dessas histórias aos estudantes da PUC-Rio (assista à palestra), na terça-feira (27). Ela reconheceu a dificuldade em consumar a novidade num telejornal de mais de 40 anos, com a audaciosa produção de 52 reportagens no percurso de quase 17 mil quilômetros.

Desdobramento da dissertação de mestrado de Maria Paula, feita entre 2007 e 2009, com orientação do professor Leonel Aguiar, o livro conta histórias da aventura jornalística e analisa o impacto da TV no comportamento da sociedade. Para o também jornalista Ernesto Paglia, autor de Diário de bordo - JN no ar (Editora Globo, 376 páginas, R$ 49,90), as publicações são complementares.

A então editora e produtora-executiva Gisele Machado, também presente na palestra, recordou que, por mais que tivessem sido programados serviços, hotéis, refeições etc., a equipe passou por muitos “perrengues”. Como ter de dormir em motel e arrumar uma posição na qual a antena não balançasse. Apesar das dificuldades, Gisele destacou a "atenção e o tratamento dado pela população ao trabalho do JN".

– Éramos como um grupo de rock que não cantávamos coisa alguma – comparou.

 Reprodução/TV A Caravana, acrescentou Maria Paula, criou novos laços sociais, "uma relação de afetividade, carinho, das pessoas com os apresentadores." Ela acredita que, a partir dessa experiência, o Jornal Nacional passou a ser "recebido de outra forma em casa". A jornalista também destacou a competitividade entre as cidades, quando a caravana chegou ao Nordeste: “Era cada cidade querendo fazer mais bonito que a outra”.

No ano passado, o ônibus foi trocado por um avião. Em parte, para resguardar o "fator surpresa", que se tornava mais difícil à medida que "as pessoas já tinham uma ideia de onde o ônibus ia chegar", conta Gisele. Segundo ela, também pesaram problemas de infraestrutura nas estradas brasileiras, que obrigava a Caravana a manter um mecânico na equipe:

– Apesar de ser o ônibus do JN, era uma cenografia ambulante. Parafernália toda, sem ar-condicionado – ressalvou.