“Com a TV digital, saímos de uma estrada do interior do Brasil para uma autoban alemã”, comparou José Dias, ao abrir o quarto encontro do ciclo de palestras “A publicidade na era digital”. Para o especialista, que há mais de 30 anos desenvolve tecnologia para a Globo, a velocidade acelerada das informações audiovisuais e as aplicações interativas vão exigir a reciclagem da programação de tevê, além de dissipar as fronteiras em relação ao computador. Neste admirável mundo novo, mergulharam também Débora Garcia, coordenadora de conteúdo do canal Futura, e a publicitária Fernanda Abreu, da agência Standard & Ogilvy. O debate, realizado em 2007 no Auditório do RDC, foi conduzido pela professora Cláudia Chaves, do Departamento de Comunicação Social.
Tamanho será decisivo no universo inaugurado pela TV digital. O alerta faz parte do pacote de prognósticos alinhados por Dias:
- Fala-se muito em qualidade, em conteúdo. Mas, no futuro, tamanho será documento. Além disso, a distinção entre PC e TV ficará mais nebulosa e a programação da TV tradicional terá que ser reinventada.
Nas mudanças em curso, talvez haja mais espaço para inciativas que renovem o papel social da televisão, como fonte de informações para o avanço da cidadania. Débora evocou a experiência do Canal Futura, “o que mais se assemelha a uma TV pública, mesclando educação e entretenimento”. Bem-humorada, admitiu:
- É engraçado eu estar aqui, representando um canal que não tem comercial, falando num seminário sobre publicidade.
Ela explicou como é feita a inserção de anúncios no Futura: “a verba vem da responsabilidade social, de empresas como a Vale do Rio Doce e a Fundação Bradesco, duas de nossas parceiras”. E frisou que o orçamento é sempre apertado.
- Muita gente acha que o Futura é da Rede Globo. Não. O Futura é também da Globo. Nós nos intitulamos menos um canal de TV e mais um projeto social de comunicação.
Dirigindo-se aos alunos, Fernanda, da Standard & Ogilvy, ressaltou a importância de dominar as novas tecnologias para progredir no mercado publicitário. Assim ela assumiu, em quatro anos, contas como a linha ‘sem gás’ da Coca-Cola, que reúne sucos e águas minerais.
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