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Rio de Janeiro, 24 de abril de 2024


Esporte

Meninas mostram sua força no campeonato Ultimate Fighting

Mariana Alvim - Do Portal

25/08/2011

 Mariana Alvim

O Ultimate Fighting Championship (UFC) chega ao Rio neste sábado, 27 de agosto, reunindo os principais lutadores do esporte que mais cresce no mundo. A venda de ingressos para o campeonato no HSBC Arena, na Barra da Tijuca, terminou em uma hora e 14 minutos, e empresários veem os fãs do Mixed Martial Arts (MMA) como um grande mercado. Tamanho sucesso se deve em boa parte a um público à primeira vista inesperado: as meninas.

A estudante Juliana Narcizo, de 22 anos, aluna de Jornalismo da PUC-Rio, figura nestes números. Ela assiste a lutas de vale-tudo com o pai desde pequena. Há pouco mais de dois anos, zapeando pelos canais de TV, deparou com o programa UFC sem limites, e nunca mais perdeu um. O pai ainda assinou o canal pay per view Combate.

A partir daí, começou um hábito quase religioso: nos sábados em que há competições, amigos e parentes de Juliana se reúnem na casa dela para assistir às lutas do UFC. Apesar de ter reservado dinheiro há meses, desde que soube da apresentação no Rio, a jovem não conseguiu ingressos, vendidos pela internet. "Fiquei arrasada, quase chorei", conta. Para compensar a frustração, o autodenominado Clube da Luta, que inclui uma tia de 80 anos, prepara para este sábado um encontro especial, cuja produção deve incluir um telão.

Quem também se prepara para o evento deste sábado é a estudante de biologia Beatriz Castro, de 20 anos. Assistir ao UFC já é programa comum dos sábados, quando ela se reúne com os amigos e o namorado. Beatriz explica o que a leva a ter uma programação um pouco diferente das outras meninas neste dia:

– Fico com os nervos à flor da pele, me imagino no lugar do lutador, pensando como ele aguenta uma chave de fenda, um soco... Eu gosto desse lado animal do ser humano – justifica a estudante, que tem o desejo de lutar e até competir, mas adia a vontade por se relacionar com o público no trabalho (é professora particular de Ciências e nas férias trabalha como recepcionista) e atendendo aos apelos da mãe, que tem medo de que ela se machuque.

A estudante de nutrição Juliana Gaspar, de 22 anos, não gosta de ver sangue nem lutadores se machucando. Mas o que então a faz gostar de MMA, em que cenas brutas são rotina? Segundo ela, é interessante admirar a técnica, que dá vantagem mesmo a quem tem menos força física. E, como estuda nutrição, Juliana diz que também chama a atenção o preparo físico dos lutadores.

A técnica também é o que mais surpreende a estudante de direito Marianna Borges, de 20 anos. Com ingresso de R$ 137 comprado para sábado (custavam até R$ 1.600), Marianna cita o UFC 117, ocorrido em agosto de 2010, quando o brasileiro Anderson Silva derrotou em dez segundos o americano Chael Sonnen no quinto round, depois de ter sido derrotado em todos os outros tempos. Para a estudante, foi a estratégia de luta que fez Silva virar o jogo. Na ocasião, a cantora Sandy postou tweets em seu perfil na rede comentando a luta.

Juliana Narcizo, Beatriz, Juliana Gaspar, Marianna e Sandy fazem parte de um público que só cresce. Em entrevista ao UOL Esportes, Marcus Macedo, diretor de Esporte do canal RedeTV!, que exibe o programa UFC Sem Limites, afirmou que a audiência feminina muitas vezes supera a masculina, chegando a 55%. A emissora é pioneira na exibição do MMA e será o único canal aberto a transmitir o UFC Rio ao vivo.

Graças ao sucesso do UFC junto às mulheres, e atendendo a pedidos das fãs, a empresa de licenciamento Exim, detentora da marca, antecipou o lançamento de uma linha feminina de produtos do campeonato, inicialmente prevista para em 2012. Juliana Narcizo, que tem vários desejos de consumo no site americano da marca, agradece.