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Rio de Janeiro, 18 de abril de 2024


Cultura

Documentário de aluno da PUC-Rio é premiado em festival

Olivia Haiad - Do Portal

07/04/2008

A 13ª edição do festival “É Tudo Verdade”, iniciada no dia 27 de março, revela-se especial para a PUC-Rio. O documentário “Remo Usai – Um Músico para o Cinema”, do aluno Bernardo Uzeda, de 22 anos, recebeu o prêmio de melhor curta-metragem brasileiro. Apresentado no dia 2 de abril, no Unibanco ArtePlex, em Botafogo, o filme retrata, ao longo 21 minutos, a vida e a obra do compositor de trilhas sonoras Remo Usai, discípulo do mestre hollywoodiano Miklós Rózsa. Usai responde por clássicos como “Assalto ao trem pagador” (1962) e “Boca de Ouro” (1963).

O documentário nasceu da amizade entre Uzeda e Usai, que se conheceram em um ciclo de palestras sobre música para cinema, em 2007, na PUC-Rio.  “Eu me apresentei ao Remo como um admirador e começamos a conversar. Ele me contou histórias incríveis, envolvendo lendas que eram seus amigos na década de 50, como Miklós Rózsa. Em pouco tempo já tinha me tornado próximo dele. Freqüentava sua casa, conversávamos horas no telefone”, conta Uzeda, aluno do sétimo período do curso de cinema.

Filmado em praticamente dois dias e com material semi-profissional, “Remo Usai – Um Músico para o Cinema”, disputa três prêmios no festival “É Tudo Verdade”:  Melhor Documentário da Competição Brasileira de Curta-metragem; Aquisição Canal Brasil de Incentivo ao Curta-metragem; Megacolor e Estudos Mega. Pode faturar até R$ 16 mil. Uma estréia acima das expectativas de um modesto Uzeda:

- Eu não tinha muita esperança em relação aos grandes festivais, devido a algumas neuroses perfeccionistas que venho desenvolvendo. Afinal, quem faz um filme sempre acha mais defeitos nele a cada dia.

O cineasta Sílvio Tendler, coordenador do curso de Cinema da PUC-Rio, ressalta que a indicação de um aluno ao festival é uma honra, um reconhecimento importante para a universidade. Mas ressalva:

- Como diria Bertolucci, cinema é arte e arte é um trabalho solitário. O mérito é de Bernardo.

Ansioso pela exibição, Uzeda cultiva o sonho além dos prêmios e do dinheiro em jogo: encantar o público. Espera que a platéia se sinta entretida pela vida e obra de um compositor - ofício que ele define como “a parte mais oculta do cinema brasileiro”.

- O nosso cinema sempre se mostrou problemático em reconhecer a importância da música incidental da narrativa cinematográfica. O mérito do filme é muito mais do Remo do que meu. Afinal, eu só tive o trabalho de pensar um pouco para condensar uma vida inteira em 20 minutos, tentando equilibrar certa fluidez narrativa, informação e um olhar poético - sintetiza o diretor.

“Remo Usai – Um Músico para o Cinema” foi um trabalho para o curso de cinema. O cineasta e professor José Mariani, orientador de Uzeda no projeto, participou do festival no ano passado. Seu filme, "O Longo Amanhecer - Cinebiografia de Celso Furtado", abriu as projeções e ganhou menção honrosa. A produção registra uma das últimas entrevistas concedidas pelo economista paraibano, autor de "Formação Econômica do Brasil" e mentor da Sudene.

O festival “É Tudo Verdade” exibirá, até 11 de abril, 42 documentários em seis cinemas cariocas (Unibanco ArtePlex, Instituto Moreira Sales, Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, Ponto Cine Guadalupe, Cine Glória e Centro Cultural Banco do Brasil). Terá edições também em Bauru, São Paulo (dia 10 a 13); Brasília (dia 14 a 20); Recife (dia 17 a 20) e Caxias do Sul (dia 24 a 27).