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Rio de Janeiro, 14 de junho de 2024


Cidade

Parques lutam para melhorar preservação e serviços

Patrícia Côrtes - Do Portal

05/07/2012

 Jefferson Barcellos

Um dos trunfos da esperada promoção do Rio a Patrimônio da Humanidade, em eleição unânime pela Unesco, sábado passado, o acervo verde tradicionalmente lustra o orgulho e o turismo na cidade. Baixada a poeira retórica da Rio+20, a transformação desses tesouros naturais em maiores ganhos culturais, econômicos e sociais exige, entre outros desafios, a melhor preservação dos parques urbanos e o aperfeiçoamento das conveniências oferecidas, tornando as visitas mais prazerosas e seguras.

O Maracanã deles é o Parque Nacional da Tijuca. Nos quase 4 mil hectares, equivalentes a 26 estádios de futebol, concentram-se cartões-postais como a Floresta da Tijuca – maior floresta urbana do mundo – e o Corcovado. A área ganhou o noticiário policial em março deste ano, quando mais de um roubo supreendeu turistas nas imediações da Pedra da Gávea. Apesar dos assaltos seguidos e da quantidade relativamente reduzida de guardas florestais – são 20, ao todo, auxiliados por rondas da Polícia Militar que “não tem data nem hora para acontecer” –, o coordenador de Uso Público e Negócios do parque, Denis Rivas, garante que a segurança está longe de ser uma preocupação:

– Os casos de roubo aqui são pontuais. Não precisamos mudar nosso esquema de segurança. A única coisa que está diferente agora é que a pernoite não é mais permitida. Desta forma, evitamos assaltos e agressões à natureza.

Para Rivas, o principal desafio do Parque Nacional da Tijuca é dar mais conforto e “agregar valor” às visitações. Significa, por exemplo, fazer com que os nove mil visitantes diários do Cristo desejem comnhecer todo o parque e "entendam sua importância":

– Queremos mostrar que não somos apenas o Cristo. Somos uma área de preservação do bioma da Mata Atlântica que protege, inclusive, espécies ameaçadas de extinção.

 Divulgação Para alcançar esses objetivos, o coordenador confia em iniciativas como o Complexo Turístico Paineiras, que inclui a reforma do hotel Paineiras e a ampliação das áreas de estacionamentos, ambas ainda sem data para começar. A licitação foi vencida em fevereiro pelo consórcio montado por Cataratas do Iguaçu S/A, responsável pela visitação do Parque Nacional do Iguaçu, Beltour Turismo e Esfeco Administração, que prestam serviço de transporte no Corcovado.

Para melhorar o nível de conhecimento – e engajamento – ambiental dos visitantes, as empresas estudam a modernmização do Centro de Visitantes, que reúne informações sobre a fauna, flora e a história do parque. Por enquanto, os programas do gênero estão praticamente restritos a mutirões voluntários de reciclagem de lixo e poda de árvores. Jefferson Barcellos

Na Quinta da Boa Vista, riquezas naturais e preciosidades históricas também aguardam avanços de preservação. Reformas em atrações como o Jardim Zoológico, o Museu da Fauna e o Museu Nacional, antiga residência da família imperial. patinam por sucessivas administrações em dificuldades financeiras e políticas. Apenas algumas alas do Museu Nacional ganharam reforma, que caminha lentamente desde março. Walter Miranda, administrador do parque lamenta também a dificuldade de conscientizar os visitantes sobre a importância de manter a área limpa e de não alimentar os animais do zoológico, por exemplo.

– A única forma de conscientizar as pessoas, ultimamente, têm sido colocar alguns funcionários para fazer ronda no parque e explicar a importância de cada um fazer a sua parte para mantê-lo vivo – conta Miranda.

Embora reconheça a necessidade de aprimoramentos estruturais, o admistrador pondera que a Quinta se consolida como um espaço democráticon aberto a uma série da atividades culturais, ambientais e até esportivas, as oficinas dedicadas à saúde infantil no domingo passado. Ele observa ainda que a incidência de casos de roubos e furtos é reduzida. 

No Jardim Botânico, cujas palmeiras e cuja história também remontam ao Império, o cenário revela-se mais animador. A menina dos olhos da exuberância vegetal remete à recente frutificação da árvore conhecida como Jundiaí ou Guarajuba, que era considera extinta. Às coleções de palmeiras, orquídeas, bromélias, cactos, plantas insetívoras, medicinais e até um jardim sensorial, somam-se espaços como o Museu do Ambiente, reinaugado dia 13 de junho com requintes tecnológicos. Além de exposições, o museu abrigará palestras e debates abertas à população. O objetivo é torná-lo um fórum de diálogo sobre questões ambientais.